MAGIA ANGELICAL - Da teoria á prática - Por Frater Dalton R.F
Alta Magia
Angelical
Da teoria à prática
O compêndio sobre a nobre arte de
invocação dos anjos.
Por Frater Dalton R.F
[O.G.B]
Dedicatória
A minha querida esposa, por todo o apoio ao longo da minha caminhada,
que me ilumina todos os dias com a sua graça.
A todos os irmãos e membros da O.G.B
Aos digníssimos: Rafael, Daniel, David, Alberto e Kelly. Que me apoiaram
no processo de criação deste material, minha gratidão a vocês irmãos.
Ao grande amigo e irmão de caminhada Vitor Sanches, por ter me
apresentado ao caminho dos anjos e me ensinado os conceitos da alta magia,
eterna gratidão !
A todos os meus consulentes e pacientes, que através dessa sagrada arte
tiveram grandes problemas resolvidos, que este material lhes sirva bem, para
continuar aprendendo e se inspirando.
Aos meu mentores espirituais e aos santos anjos de Deus, por me
inspirarem a levar o sagrado conhecimento adiante, e me inspirarem a
ensinar a arte a todos aqueles que por ela buscam.
Prefácio
Saudações ! E minha gratidão a você leitor, paz e luz !
Este material tem o intuito de propagar o aprendizado da magia angelical ao
povo brasileiro, visto que, na última década o ocultismo teve um grande
crescimento no Brasil e ganhou milhares de adeptos, porém, mesmo agora
no ano de 2018, o conteúdo sobre magia angelical ainda é muito escasso, e a
quantidade de pessoas buscando aprender este sistema tem crescido cada
vez mais.
O objetivo deste material é ensinar os conceitos da alta magia angelical,
contendo o básico sobre Cabala, Magia Cerimonial e Magia planetária, visto
que essas disciplinas são de fundamental importância de se estudar
previamente para proceder com a prática da alta magia angelical.
Além dos conteúdos introdutórios, este material apresenta a descrição da
operação de invocação, os materiais necessários, também a descrição dos 72
anjos e os 9 arcanjos, bem como suas descrições, seus selos, suas orações, e
muito mais.
Para os que já praticam a arte, este material se torna didático para a livre
consulta, a partir dos fundamentos da Cabala Judaica.
Este não é um material original, foi formado a partir das informações de
diversos outros livros e grimórios, unidos em um só, para facilitar o
aprendizado do leitor.
Dito isto, bons estudos e boas práticas a todos, espero do fundo do coração
que este conhecimento possa iluminar a sua vida.
A Cabala
A Cabala é uma doutrina mística judaica que procura compreender a essência de Deus e
do Universo. Este termo proveniente do hebraico tem o sentido de ‘receber’. Este tratado
envolve questões religiosas e filosóficas, divergindo do judaísmo ortodoxo, do Talmud –
obra que reúne os debates teóricos dos rabis sobre as tradições judaicas.
Este caráter esotérico do Judaísmo foi mantido em segredo durante muito tempo,
inacessível principalmente para as mulheres, destinado apenas ao conhecimento de alguns
eleitos. Conforme os mitos hebraicos, esta sabedoria milenar foi revelada pelo Criador a
Moisés ou pelo anjo conhecido como Raziel para Adão. Desde então foi sendo transmitida
em estilo oral de uma geração para outra. A princípio seus ensinamentos tinham um caráter
essencialmente fundamentado na experiência concreta, mas posteriormente eles
assumiram uma natureza mais teórica, sob o poder da sabedoria disseminada pelos
neoplatônicos e também pelos seguidores de Pitágoras.
A cabala recebeu um impulso notável no período medieval, com o aparecimento do
tratado Sefer Yetzirah ou Sheper Bahir, conhecido como Livro da Luz, de teor místico,
embora o texto mais remoto sobre esta doutrina seja o Livro da Formação ou Sepher
Yetsirah, o qual surgiu antes mesmo do século VI. Nele se postula a crença de que o
universo é uma extensão da substância divina.
Os iniciados da Cabala, conhecidos como ‘baale ha-kabbalah-kabbalah’ - possuidores ou
mestres da Cabala -, têm o poder de conhecer a verdade mais profunda sobre Deus e o
Universo, vendo assim além das aparências. Como afirmam os cabalistas, eles têm a
capacidade de enxergar a totalidade, transcendendo os véus que encobrem a realidade
maior, ou seja, as sete cortinas que separam o Homem de sua aliança mística com o Divino.
O milenar ensinamento cabalístico identificou minuciosamente toda a formação do
mundo integrado dos cem por cento. Este estudo é representado por uma estrutura
denominada árvore da vida.
Esta árvore representa toda a estrutura dos mundos físico, emocional e espiritual, enfim
tudo que existe. Seu entendimento vai revelar todo o funcionamento do mundo dos cem
por cento. E este entendimento é parte fundamental na confecção de um mapa para uma
vida significativa.
Não esqueça que todo este conhecimento ficou oculto por milênios e este é portanto um
momento muito especial. Momento de compartilhar uma sabedoria divina.
10 -MALKHUT – 10%
A primeira dimensão é conhecida como Malkhut, o reino do mundo físico, da matéria, e
do mundo percebido pelos cinco sentidos. Uma grande parte das pessoas passa a vida
percebendo apenas este mundo e acreditando que apenas o que é aparente representa a
totalidade da existência. É o que se chama viver no mundo dos 10%.
A palavra chave nesta dimensão é a ESCOLHA. Tudo que nos acontece nesta vida tem
relação com uma escolha feita por nós mesmos previamente. A libertação do mundo
ilusório significa compreender isto plenamente e parar de atribuir os fatos de nossa vida à
fatalidade.
Quais são as escolhas que você tem feito para sua vida?
9-YESOD – 20%
Ao enxergar esta segunda dimensão, denominada Yessod, saímos de uma percepção
puramente física do universo e ingressamos no caminho para enxergar o mundo dos
100%. Muitos seres humanos não atingem este nível de percepção e passam a vida apenas
no mundo aparente. Nesta dimensão reside a base e o fundamento de nossas atitudes.
A palavra chave aqui é o PROPÓSITO. Somente tendo-se propósitos conscientes é que
podemos realizar escolhas fundamentadas. Existem pessoas que são bonitas, ricas,
inteligentes, saudáveis, sensíveis, e mesmo assim estão sempre insatisfeitas porque não
possuem um propósito para suas existências. Para estas os cabalistas tem uma dica: A
base de qualquer propósito é o desejo de compartilhar.
Você tem um propósito em sua vida? Se tem, ele inclui o desejo de compartilhar?
8-HOD – 30%
Hod é uma dimensão relacionada ao auto aperfeiçoamento. Uma das razões para se estar
vivo é fazer as coisas cada vez melhor. Mesmo que façamos uma mesma coisa por
dezenas de anos, precisamos sempre estar nos aprimorando, reinventando, sentindo
diferente.
A palavra chave nesta dimensão é o REFINAMENTO. Para refinar a si mesmo você
precisará se lapidar e neste processo terá que se livrar de excessos. Possivelmente pensará
por algum momento estar perdendo alguma coisa.
Em que área de sua vida você necessita um maior refinamento?
7-NETSACH – 40%
Esta é uma dimensão relacionada à imortalidade. A palavra chave aqui é a
PERMANÊNCIA. Esta é uma das grandes chaves do caminho espiritual. É necessário
permanecer. É comum assistirmos pessoas buscando um caminho por um ano, depois
vão para outro caminho, aí param de buscar, para então trocar de caminho novamente.
Na verdade, muito mais importante do que a escolha do caminho A ou B, é permanecer
e aprofundar em um caminho escolhido.
Normalmente, quando achamos que estamos em um caminho coerente surgem desafios,
obstáculos aparentemente intransponíveis, que colocam todas as nossas convicções em
cheque. Por isto existe uma outra palavra chave nesta dimensão: A CONFIANÇA.
Você permanece em seus objetivos?
6-TIPHERET – 50%
Nesta dimensão residem os aspectos relacionados ao equilíbrio, a beleza e a harmonia. A
palavra chave desta dimensão é a CONTEMPLAÇÃO. A principal ferramenta para se
adquirir uma consciência contemplativa é a meditação, parte essencial do caminho do
cabalista. Por mais que se estude não se chega à lugar algum sem praticar a meditação.
A meditação só terá o efeito desejado se realizada com permanência, com refinamento ,
estando atrelada à um propósito , e realizada por uma escolha consciente. São estes
exatamente os atributos das dimensões vistas até o momento.
A MEDITAÇÃO faz parte da rotina de sua vida, como comer e dormir?
5-GEBURAH – 60%
Nesta dimensão a palavra-chave é a DISCIPLINA. Geburah também é associada ao
DESEJO DE RECEBER. Somente pela virtude da disciplina é que é possível afastar
nossos aspectos destrutivos e abrir espaço para receber o que realmente desejamos desta
vida.
Conforme vimos anteriormente, existe uma contra inteligência que nos acompanha da
primeira inspiração ao último suspiro de nossa vida. Precisamos dizer não a estes nossos
aspectos destrutivos para seguir em direção à uma existência plena.
Estou disposto a abrir mão do fácil para atingir meu propósito?
4-CHESSED – 70%
Chessed é a dimensão da misericórdia, associada ao DESEJO DE COMPARTILHAR.
Quando atingimos esta dimensão nos aproximamos da natureza do criador e, portanto,
de nossa própria natureza divina. O equilíbrio entre estas duas dimensões,
Geburah(desejo de receber) e Chessed (desejo de compartilhar) é a chave para uma vida
plena.
O quanto você compartilha tudo aquilo que recebe?
3-BINÁ – 80%
A partir da dimensão de Biná encontramos a porta de entrada para o mundo infinito. A
palavra chave aqui é o ENTUSIASMO. Você pode ter atingido todas as virtudes
anteriores. Terá conquistado uma vida maravilhosa no plano da ação e também em todo
seu aspecto emocional. Será com certeza uma pessoa espiritualizada. Mas para atingir a
dimensão do mundo infinito é necessário algo a mais. É necessário entusiasmo e
principalmente ALEGRIA.
Você demonstra alegria e entusiasmo com a vida?
2 – CHOKHMÁ – 90%
A dimensão relacionada a Chochmá é atingida por pouquíssimas pessoas. A palavra
chave aqui é a AUTO-ANULAÇÃO. Quando atingimos esta virtude, e isto só é possível
em flashes, percebemos a nós mesmos como se fossemos uma pessoa externa. Não existe
mais aquele conceito tal como:
“Ah, como estou feliz que as coisas estão tão bem para mim!”, ou “Ah, como estou triste
porque as coisas não acontecem como eu gostaria!”.
Ao se atingir Chochmá o ego é totalmente anulado e a sensação de liberdade é total. Só é
possível atingir esta dimensão por curtos momentos.
Você se percebe como parte de um todo muito maior?
1- Keter 100%
É a dimensão do mundo infinito. Tudo que existe em nosso universo deriva da luz
emanada pelo mundo infinito. A palavra chave associada à Keter é a CERTEZA.
Quando se atinge a dimensão de Keter, o milagre torna-se possível, pois as limitações da
matéria aqui não existem mais.
É necessário ter atingido todas as outras dimensões e ainda injetar uma absoluta
CERTEZA para que se possa atingir esta dimensão e ao menos por um breve momento
entender a nossa origem primordial.
A Cabala no corpo humano
Nosso corpo é uma importante ferramenta de contato com as emoções, com os
elementos da natureza que o forma, com a alma e com a mente, repetindo a história de
sua criação. Para uma explicação do corpo arquetípico foram utilizadas questões da
Cabala no plano expressivo da manifestação do arquétipo.
A palavra Cabala significa "Tradição". Ela é um sistema de compreensão do mundo
místico judaico, onde acredita-se que seja possível entender Deus. Mas, com o passar dos
anos a Cabala evolui como forma de compreensão da organização do esquema corporal
da vida, sendo chamada também de a Árvore da Vida. A árvore é um símbolo sagrado
encontrado nas mais diversas culturas em diferentes épocas, ela faz parte do inconsciente
coletivo. Segundo a psicóloga Angelita Scárdua, ela representa a estrutura do universo,
seus galhos representam a conexão com as dimensões superiores e sagradas da existência
humana, já as raízes simbolizam a ligação com os aspectos inferiores, primitivos e básicos,
funcionais da vida. Seus frutos dão a ela atributos positivos do eterno. Sempre damos
significados a algo tentado explicar a nossa própria existência, e uma forma pela qual
fazemos isso é na utilização da Metáfora Espacial, que é algo simples que nos auxilia a
compreensão arquetípica dos símbolos.
Ela se refere às dimensões físicas, "cima", "baixo", "esquerda" e "direita", todos estes têm
uma associação em diversas áreas inclusive com o corpo. Quando se fala que estamos nos
sentindo bem, felizes ou com outros sentimentos positivos diz-se que nós percebemos
para "cima", e quando estamo-nos sentindo mal, tristes diz-se que nos sentimos para
"baixo".
Pode-se ver que sempre usamos os significados da metáfora espacial em nossas vidas. Na
religião, nos contos-de-fada, na mitologia, pode-se ver que associamos o sagrado, o
divino, o espiritual, o bondoso, o superior e os deuses com o espaço geográfico do alto, e
quando falamos do mal, desonesto, sujo, diabo ou seres maléficos e as perdas, liga-se à
idéia do espaço geográfico subterrâneo e inferior. Com essa explicação torna-se mais fácil
entender o sentido filosófico e existencial da Árvore da Vida no sentido cabalístico. Na
parte superior da árvore cabalística localizada na cabeça vemos a Coroa e na parte
inferior localizado nos pés e pernas vemos o Reino, o que simbolicamente demonstra a
conexão do sagrado com o mundano.
Há também na cabala a separação do lado esquerdo com a escuridão e impureza, e no
lado direito temos a fonte da luz e da pureza. Sempre associamos inconscientemente a
parte esquerda do corpo com algo negativo, pois biológica e culturalmente não se
desenvolve este lado, evoluímos desenvolvendo o lado direito. O lado esquerdo mostra
no esquema corporal o coração que é símbolo da emoção e também é o lado do
inconsciente, pois é o lado menos trabalhado, e nele existem muitas emoções perdidas e
não trabalhadas, por isso o associamos ao impuro e ao escuro, pois está mal resolvido e
escondido. Já o lado direito é naturalmente o lado mais desenvolvido na maioria das
pessoas, é o lado do "trabalho" porque evoluímos utilizando essa parte do corpo, portanto
é a zona do consciente, da luz, pois é o que se conhece e temos a percepção mais
avançada. A luz é o símbolo típico do conhecimento em todas e quaisquer mitologias,
contos-de-fada e religiões. Isso também é biológico, basta olhar para os tempos ancestrais.
Nesta época fazíamos tudo durante a parte clara do dia, porque era menos perigoso e nos
permitia boa visão das coisas ao nosso redor, já a noite não tínhamos auxilio da luz para
enxergar nada, existiam inimigos à espreita, feras e o desconhecido. Por isso damos à luz
o símbolo do conhecimento e às trevas o significado de sombrio, perigoso e maléfico. A
esquematização simbólica da Cabala se organizou de acordo com a experiência evolutiva humana. Segundo o livro Zohar (Esplendor) – um livro místico judaico – ensina, que a
alma humana se divide em três elementos básicos: o Nefesh que se associa aos instintos,
aos desejos corporais e é a parte inferior e animal da alma; o Ru'ach, que é associado às
virtudes morais e à habilidade de distinguir o bem e o mal, é a parte mediana do espírito,
e o Neshamah, que é a parte que nos separa claramente das outras formas de vida,
relaciona-se com o intelecto, permite que o indivíduo tenha consciência de Deus. E com
o Raaya Meheimna – um livro posterior ao Zohar – ainda se incluem mais dois níveis: o
Chayyah, que nos permite ter a percepção do divino e o Yehidah, que possibilita ao
homem a união máxima com Deus, é a parte mais superior da alma. Com isso, fica mais
clara a árvore cabalística na Metáfora Espacial. Ainda existem dez centros cabalísticos no
corpo simbólico, chamados Sephirots, que significam "safiras" ou "luzes cintilantes" que
funcionam vinculadas umas às outras. Segundo a psicoterapeuta Junguiana Lucy Penna,
são localizações imaginais de dez arquétipos. Esses Sephirots são interligados gerando
vinte e dois caminhos) são as dez emanações de Ain Soph na cabala. Segundo a cabala,
Ain Soph é um princípio que permanece não manifestado e é incompreensível à
inteligência humana. Deste princípio emanam os Sefirot em sucessão. Esta sucessão de
emanações forma a árvore da vida. Os Sefirot emanados são, na sequência:
Kether - Coroa
Chokmah - Sabedoria
Binah - Entendimento
Chesed - Misericórdia
Geburah - Julgamento
Tipareth - Beleza
Netzach - Vitória
Hod - Esplendor
Yesod - Fundamento
Malkuth – Reino
Há ainda um décimo primeiro Sefira, chamado Daath, que representa o abismo, o caos,
e normalmente não é representado na árvore da vida, sendo considerado um portal para
as qliphoth, as sephiroth adversas.
Na árvore da vida os Sefirot estão alinhados em três pilares conectados entre si por meio
de vinte e duas ligações. Também se dispõem em três camadas triangulares e sucessivas,
cada uma delas associada a um mundo (Atziluth, o Mundo das Emanações; Beriah, o
Mundo das Criações; e Yetzirah, o Mundo das Formações), mais Malkuth na base
(correspondendo a Asiyah, o Mundo das Ações).
Logo abaixo seguem suas localizações e seus aspectos simbólicos.
Malkhuth (O Reino) – localiza-se nos pés e em nossas pernas, é o contato com o solo,
representa a conexão com a parte instintiva, animal humana é a realidade física. Engloba
também a energia de sustentação do corpo e da vida, é o local da energia telúrica, ou seja,
a energia de ação, e simbolicamente é o contato com a Mãe Terra, Gaia, que na mitologia
grega é a deusa-mãe terra, a criadora e geradora dos outros deuses, ela representa o
interior humano, fonte de emoções mais primitivas.
Yesod (Fundamento / Forma) – localiza-se acima dos órgãos genitais e abaixo do
abdômen, é o local que funciona como um reservatório das inteligências e da criatividade,
nesse local os atributos são misturados, equilibrados e preparados para a revelação física.
É o centro que reúne informações de oito das sephirots. Essa área do corpo é conhecida como o ventre, ele é o centro da consciência humana, lá equilibramos todas as energias
vitais e sexuais. Representa o contato com a vida e com o feminino. Yesod é olhar-se para
si mesmo sem usar máscara alguma, permitindo, assim entrar em contato com o eu
profundo, criativo e verdadeiro. Sua imagem arquetípica é a lua.
Netsach (Vitória / Poder / Eternidade) – localiza-se no lado esquerdo próximo entre a
parte superior da coxa e a cintura. Fica no local do Íleo (osso que forma a pelve), é o
local onde se abriga o centro responsável pelo contato com o próximo, surge daí o desejo
de superar os próprios limites. É ligado ao fato de saber lidar bem com as paixões e com
a sedução. Engloba ainda o princípio fálico fertilizador, e assim representa o local do
masculino.
Hod (Glória / Majestade) – localiza-se no lado oposto a Netsach, é um canal de melhoria
interna e de contato com o outro, representa a aceitação dos pensamentos e
reconhecimento do eu em relação ao outro, ou seja, criação do espaço interno e
individual. É o principio receptivo dos óvulos femininos. A energia criativa de Yesod
surge de uma comunicação entre Netsach e Hod.
Tipheret (Beleza / Coração) – Situa-se no centro do tórax em cima do coração, é o centro
da Árvore da Vida. Aqui temos a complementação de consciente e inconsciente, local
onde se integram os opostos, trazendo, assim a inteligência emocional, sendo o centro da
sabedoria da vida e do entendimento sobre a luz do ego (consciência). É fonte de
emoções superiores como os amores, principalmente o amor ágape. [Para os gregos
existem quatro tipos de amor, que são: Eros (o amor físico e sexual, a paixão), Storge (o
amor familiar), Philos (o amor entre amigos, a amizade) e por ultimo o Ágape (o
verdadeiro amor, o incondicional)].
O amor Ágape significa generoso, é o amor que se escolhe ter, um bom exemplo desse
amor é dado por Jesus Cristo. É o centro cabalístico que tem como imagem arquetípica o
sol.
Geburah (Justiça / Rigor) – Está localizado no ombro direito, é o centro de controle dos
desejos responsável por questionar os impulsos e as vontades.
Centraliza a energia arquetípica, canalizando-a em questões objetivas do mundo real,
como o ideal de superar as barreiras e transformar a própria vida.
Chesed (Misericórdia) – Está localizado no lado oposto de Geburah, é o local que
representa a vontade de compartilhar as boas emoções da vida, o impulso de se doar ao
próximo e também é conhecido como compaixão. De ponto de vista simbólico é o local
do intuitivo, do espiritual e da bondade.
Binah (Sabedoria / Entendimento) – Situa-se no lado esquerdo do cérebro, fica na área
da razão do ser humano. Este ponto cabalístico influencia as definições racionais e a
organização do pensamento ou planejamento concreto de algo. Tem ligação com o
símbolo arquetípico da água, que sempre está associada ao feminino e ao futuro.
Chokmah (Razão / Inteligência) – Está associado ao lado direito do cérebro. É a região
da intuição, das manifestações artísticas, da criatividade e das grandes ideias, tem como
imagem arquetípica o elemento fogo, que se associa ao masculino e ao passado.
Kether (Coroa) – É a copa da árvore, situa-se na parte superior da cabeça. É a unificação
de todos os sephirots, representa a Luz Superior, gera todo o potencial criativo. No
hinduísmo é visto como o Brahma, o princípio da energia vital. Nesse ponto concentram-se as experiências da vida, dando passagem ao reino espiritual. Ao nível simbólico
podemos dizer que é o caminho iniciático para a conexão com o Inconsciente Coletivo.
Magia Cerimonial
A Magia Cerimonial abrange vários sistemas mágicos entre eles a Magia Talismânica,
Salomônica, Enochiana, Greco-Egípcia etc. O Ritual vem a ser a parte falada do cerimonial,
onde se incluem todas as invocações, evocações, conjuros, preces e orações proferidas pelo
mago e/ou magista.
Na Magia Cerimonial, as hierarquias de “Poder”, têm que estar bem definidas,
orquestradas, paramentadas, documentadas e praticadas. Os materiais ritualísticos atuam,
mas só tem validade se corresponderem ao estado íntimo adquirido. Assim, cada
instrumento exterior (seja o bastão, a espada, o Tetragramaton, o Pentagrama e outros)
torna-se um meio de catalização dos espíritos e forças invocadas.
Em geral magos cerimoniais trabalham com energia interna (Ki) combinada com a energia
de diversas entidades não-humanas (deuses, anjos, gênios etc) para realizar suas operações
mágicas. O magista (termo usado para ambos os sexos) domina e ordena as entidades de
diversas hierarquias e para tal tem que ter controle tanto interno como externo. Algumas
vezes uma forma de energia espiritual mais geral (planetária, elemental ou zodiacal) pode
ser usada para criar “elementais” artificiais, consagrar talismãs e amuletos, lançar feitiços
etc. Outras vezes ele precisa pedir ajuda a um arcanjo ou mesmo evocar um daemon para
fazer sua magia.
Muitas vezes são utilizados nomes e atributos de Deus (ou deuses) sob a forma de
"Nomes Bárbaros de Invocação e Evocação" que formam as palavras de conjuração, em
geral uma mistura do latim, hebraico, grego e gnósticos.
Atualmente a Magia Cerimonial se refere a muitas tradições diferentes, mas a maioria é
geralmente baseado na Kabala, Herméticos, Rosacruzes, Alquimia ou no trabalho de
várias facções da Golden Dawn, que usa todas elas. Thelema, a tradição de Aleister
Crowley, está agrupada com a Magia Cerimonial. A Magia Cerimonial é também
chamada de Alta Magia.
A História da Magia Cerimonial é complexa devido a quantidade de influências que ela
recebeu ao longo de sua existência.
Instrumentos Básicos da Magia Cerimonial
1-Círculo Mágico
Todos autores de livros que lidam com magia cerimonial que dão relatos sobre
conjuração e invocação de seres de qualquer espécie apontam que o círculo mágico tem
nisto o mais importante papel. Centenas de instruções podem ser encontradas de como
fazer círculos mágicos para alcançar os mais variados objetivos, por exemplo com
Albertus Magnus, na Clavícula Salomonis, na Goethia, em Agripa, na Magia Naturalis, na
Magia Naturalis de Fausto e nos velhos grimórios. É dito em todos lugares que quando
invocando ou chamando um ser, deve-se ficar dentro do círculo mágico.
Um verdadeiro círculo mágico representa o layout simbólico do macrocosmo e do
microcosmo, ou seja, do homem perfeito. Ele fica para o início e o fim como para o alfa
e o Ômega, assim como para a eternidade, que não tem início nem fim. O círculo
mágico, consequentemente, é um diagrama simbólico do infinito, da divindade em todos
seus aspectos, e pode ser compreendida pelo microcosmo, i. e. pelo adepto verdadeiro, o
perfeito mago.
Desenhar um círculo mágico significa simbolizar o divino na sua perfeição, para obter
contato com ele. Acontece, acima de tudo, no momento que o mago está no centro do
círculo mágico, pois por este ato o contato com a divindade está demonstrada
graficamente. É o contato do mago com o microcosmo em seu "maior passo" de
consciência Consequentemente, do ponto de vista da magia verdadeira, é muito lógico
que ficar no centro do círculo mágico é equivalente a ser, na consciência de quem fica,
em unidade com a divindade universal. Disto pode-se ver claramente que um círculo
mágico não é somente um diagrama para proteção de influências negativas não desejadas,
mas segurança e inviolabilidade são trazidas através desta consciência e contato espiritual
com o altíssimo.
O mago que fica no centro do círculo mágico é protegido de qualquer influência, não
importa que seja má ou boa, pois ele próprio está, de fato, simbolizando o divino no
universo. Adicionalmente, por permanecer no centro do círculo mágico, o mago também
representa a divindade no microcosmo e controla e governa os seres do universo em um
modo totalitário.
A essência esotérica do mago que permanece no centro do círculo mágico é,
consequentemente, muito diferente da qual os livros de evocação usualmente mantém.
Se um mago que está no centro do círculo mágico não estiver consciente do fato que ele
está, no momento, simbolizando Deus, o divino e o infinito, ele não estará apto a praticar
qualquer influência em qualquer ser de qualquer espécie. O mago é, naquele momento,
uma perfeita autoridade mágica a quem todos poderes e seres devem obedecer de modo inquestionável, definitivo e completo.
Sua vontade e as ordens que ele dá a seres e poderes são equivalentes à vontade e ordens
do infinito, do Divino, e devem consequentemente ser incondicionalmente respeitada
por todos os seres e poderes que o mago conjurou.
Se o mago, durante tais operações, não tiver a atitude correta sobre seus atos, ele degrada
a si mesmo para um feiticeiro, um charlatão, que simplesmente gesticula e não tem
contato verdadeiro com o mais elevado. A autoridade do mago, em tal caso, seria
certamente duvidosa.
Um círculo mágico pode servir a muitos propósitos. Pode ser utilizado para evocações de
seres ou como meio protetivo contra influências invisíveis. Não é necessário em todos os
casos que seja desenhado ou posto no chão. Pode ser desenhado no ar com uma arma
mágica, como a espada mágica ou bastão mágico, sobre a condição de que o mago esteja
completamente consciente da qualidade universal de proteção, etc.
Se nenhuma arma mágica estiver à mão, o círculo pode também ser efetuado com o
dedo ou com a mão somente, considerando que isto é feito com o espírito reto, em
concordância com Deus. É mesmo possível formar um círculo mágico através da mera
imaginação.
2-Varinha de Comando
A Varinha de Comando - também chamada de Baqueta de Poder, é um dos
instrumentos mais importantes da Alta Magia e merece uma atenção e análise
cuidadosa. Na tradição Ocidental a Varinha é associada ao elemento Ar, que simboliza a
mente, o intelecto e a comunicação. Ela fornece ao magista um meio de canalizar
pensamentos abstratos, e transformá-los em energia de manifestação no Plano Material.
De fato a Varinha de Comando é o instrumento que dirige as forças astrais. Ela
representa a Vontade do Mago, seu Poder e a grande força magnética, o princípio
universal de vida que existe latente no corpo sutil, na base da coluna vertebral (chakra
muladhara).
A função do Bastão do Mago é de irradiar energia. Papus a define:
"Esta baqueta não tem outro fim senão o de condensar uma grande quantidade de fluido
emanado do operador ou das substâncias dispostas por ele para o fim em vista e de
dirigir a projeção deste fluido sobre um ponto determinado.
"
É por meio da Varinha ou Baqueta que o magista canaliza não só sua própria energia vital
como as forças astrais dos planos internos e as lança - como uma flecha ou raio lazer - até
o alvo.
3-Adaga ou Punhal
O punhal é uma ferramenta de banimento e eliminação de energias negativas. Simboliza o
elemento Fogo, sendo utilizado também como uma ferramenta de ameaça para seres do
astral inferior muitas vezes o Punhal assume um caráter exorcista e corresponde ao
Elemento Fogo e ao Arcanjo Mikhael (Miguel), o Espírito do Sol.
De forma similar a Espada o Punhal Mágico tem a função de defesa e comando tornando-se objeto de catalisação das forças astrais que estão atuando no momento do ritual. Muitas
energias podem surgir oriundas de um portal que foi aberto, e estas podem, a partir dos
fluidos vitais emprestados dos elementos de materialização; formar conglomerados de
energia capazes de atuar no plano físico.
Assim, a ponta metálica da espada mágica dissocia
esses coágulos de força vital, eliminando a capacidade de tais entidades de atuar no plano
físico.
O Punhal, habilmente manejado por um Mago, é capaz de atingir energeticamente
parasitas do astral inferior tais como “miasmas” e as “larvas astrais” e mesmo (em certos
casos) os kiumbas que são espíritos trevosos ou obsessores. Também auxilia nos casos de
enfeitiçamento pelos “cortes” dos laços fluídicos.
Por ter uma ponta metálica, e por ser um condutor de calor e eletricidade, concentra luz e
poder capaz de atingir o Plano Astral, dissolvendo formações astrais inferiores ou
antagônicas que sejam endereçadas ao mago ou a alguém sobre qual esteja operando. Esse
fenômeno pode confundir as pessoas. Isso ocorre, pois muitos podem achar que um
punhal mágico (como a espada) pode ferir uma "entidade" puramente astral.
4-Espada
A espada é uma ferramenta importante nos cerimoniais de Alta Magia entretanto, a
espada deve ser considerada um objeto de defesa durante as Cerimônias de Magia
Evocativa e é posta sob o domínio de Marte. Por exata razão, trata-se de um instrumento
que, ao menos no início, não é estritamente necessária pelo menos para o estudante
principiante, porém é usada com extrema prudência e só nas operações mais complexas.
5-Pantáculo
Os pantáculos são símbolos de poder, representam o elemento Terra e tem a função de
manifestar a vontade do magista, geralmente aplicados a proteção ou empoderamento do
mago.
Um exemplo são os pantáculos do Rei Salomão, filho de Davi. Outros são
confeccionados contendo Quadrados mágicos associados a Planetas, a fim de obter
destas os influxos astrais a favor da intenção do mago.
6- A Taça
Pode ser feita de cristal, madeira, pedra, metal ou objetos da própria natureza, como uma
concha. Está associado ao elemento água e simboliza o aspecto feminino, como o útero.
É utilizado para ingerir bebidas nos rituais, como vinho, água ou algum composto
específico.
7-Sino
O sino serve para chamar a atenção do mundo espiritual durante o ritual, deve ser tocado
antes das conjurações e invocações para se obter a atenção dos seres astrais ao qual o
magista pretende convocar.
8-Triangulo da arte
O triangulo é destinado a manifestação das energias evocadas, funciona como um
condensador da energia astral e também como o portal de entrada das energias.
Geralmente os triângulos da arte são produzidos contendo palavras de poder e nomes
divinos ao seu redor afim de intensificar a manifestação da energia através do poder das
palavras e símbolos.
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