Thimurti - Aula 2 - Professor Ryujin

*Shakti e a Trindade*

Shakti é vista como a fonte primordial de energia vital que permeia o universo, dando origem a toda criação. É dito que após a Deusa expandir sua consciência e energia, ela criou Brahma, representando o seu aspecto da criação e sabedoria. Logo depois, criou Vishnu para representar o equilíbrio entre o universo e, por fim, Shiva para que ele seja a energia transformadora entre a criação.
*Brahma, o criador*

Brahma é considerado o deus da criação, conhecimento e dos Vedas. Ele é reverenciado como o primeiro deus da Trimurti, a trindade do hinduísmo, junto com Vishnu e Shiva. De acordo com os primeiros mitos hindus, Brahma é responsável pela criação do universo. Ele é associado à geração dos seres divinos, dos seres humanos e até mesmo das criaturas mais simples. Uma história interessante sobre a criação envolve Brahma cortando uma parte do próprio corpo para dar origem à primeira mulher. De acordo com a mitologia hindu, existem diferentes relatos sobre como Brahma criou o universo. Em alguns Puranas, é descrito que Brahma criou a si mesmo em um embrião dourado conhecido como Hiranyagarbha (Esse ato de auto-criação é um tema recorrente na mitologia hindu, simbolizando a origem divina e transcendente do universo). Brahma então prosseguiu para criar o universo a partir de si mesmo. Ele é considerado o arquiteto supremo, responsável por dar forma ao mundo material e a todas as formas de vida dentro dele.

Brahma é a representação da energia criadora. Sendo representado como um homem com barbas brancas, aparentando ser mais velho e mais sábio que os outros Deuses; possuindo 4 faces, onde só podemos ver 3. Suas cabeças representam os quatro vedas, simbolizando a fonte de conhecimento e sabedoria necessária para a criação do universo. Também tem quatro braços retratando as 4 direções, assim como a onipresença e onipotência; em sua mão direita é representada segurando um "Kamandal" recipiente com água, que simboliza a água da vida; na mão direita superior traz um livro que simboliza o conhecimento (os Vedas); na mão esquerda superior segura uma flor de lótus, símbolo da pureza espiritual e da Consciência Suprema; e na mão esquerda inferior abençoa ou traz um japamala que simboliza o ciclo do tempo. Sua consorte é Saraswati e seu animal é o cisne ou o ganso, que são símbolos do discernimento. Às vezes é mostrado dirigindo uma carruagem puxada por 7 gansos que representam os sete mundos.
Curiosidade 
É importante notar que, apesar de ser considerado o criador, Brahma não é amplamente cultuado no hinduísmo contemporâneo. No entanto, sua representação simbólica continua a desempenhar um papel significativo na compreensão da cosmologia e da espiritualidade hindu.
O Deus perdeu o título de divindade principal e o direito de adoração, após ter trapaceado em uma competição entre a Thimurti. É dito em muitas histórias que Bhrama também foi castigado por vishunu, apos conceder desejos a demônios, oque acabou gerando uma certa balbúrdia, pois o poder subiu a cabeça do demônio e vishunu e Shiva tiveram que intervir. Mesmo sendo o Deus da criação e sabedoria, é dito que Bhrama possuía um certo apego por suas criações e algumas pessoas até o chamavam de tóxico por conta disso. Era um Deus extremamente apegado às suas criações.E já concedeu desejos a muitos demônios.
*Vishunu e o equilíbrio*

Vishunu e o equilíbrio 
Vishnu é venerado como o deus da preservação e manutenção do universo. Ele é considerado o segundo membro da Trimurti. A preservação realizada por Vishnu é vista como essencial para manter a harmonia e a estabilidade no universo, garantindo que o ciclo contínuo de criação, manutenção e transformação ocorra de maneira equilibrada.

Vishnu é frequentemente representado com a pele azul e carregando várias armas poderosas, incluindo a Kaumodaki (clava), o Sudarshana Chakra (disco) e o Panchajanya (concha). Essas armas simbolizam sua força, proteção e habilidade de manter a ordem cósmica. A Kaumodaki representa a força de Vishnu, o Sudarshana Chakra é um disco invencível, e a concha Panchajanya está associada ao som primordial da criação.

Vishnu Narayana é uma das formas e faces de Vishnu, uma das principais divindades do hinduísmo. Nesta forma, ele é retratado em um sono ióguico sob os anéis da serpente de mil cabeças, Sesha ou Ananta. A cobra simboliza a mente, com suas mil cabeças representando os muitos desejos e ambições individuais. Assim como a cobra pode destruir com sua Peçanha, uma mente descontrolada pode destruir o mundo com o "veneno" de sua possessividade, demonstrando a superioridade de Vishnu sobre os desejos mundanos. Enquanto Narayana sonha, sua consorte Lakshimi massageia seus pés para que ele continue sonhando e, assim, preserve a existência navegando pelo oceano cósmico. Do umbigo de Narayana surge o caule de uma flor de lótus, na qual Brahma se assenta para viver seu kalpa. Após esse período, o sonho de Vishnu termina, a flor de lótus se fecha e o Universo se dissolve no vazio. A flor desaparece para aparecer no próximo sonho de Vishnu e assim sucessivamente.

*Shiva, o destruidor*

Shiva é considerado o Deus da destruição passiva e é o terceiro membro da Trimurti. Ele desempenha o papel de destruidor e regenerador, trazendo renovação e transformação ao universo. Shiva representa o aspecto da Realidade Suprema que transforma e evolui o Universo. Os hindus acreditam que seus poderes de destruição e recreação são utilizados para eliminar as ilusões e imperfeições deste mundo, abrindo caminho para mudanças benéficas. Essa destruição não é arbitrária, mas sim construtiva. Além disso, Shiva está associado à criação. No hinduísmo, acredita-se em ciclos nos quais o universo se "regenera" de acordo com os kalpas de Brahma. Portanto, Shiva destrói o Universo no final de cada ciclo, permitindo então uma nova criação. Sua consorte é Parvati.

Shiva é frequentemente representado na cor azul e na forma de um asceta meditativo, com o terceiro olho na testa, um colar de crânios, cobras enroladas em seu corpo e o rio Ganges fluindo de seus cabelos. Ele também é retratado dançando, segurando um tridente (trishula) e montando um touro branco chamado Nandi.

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