Espíritos aquáticos e suas formas de conexões. - Mestre: Ryujin.
Que os espíritos aquáticos são forças poderosas já sabemos, mas que o grande fator determinante são as formas de trabalho e de conexões, pois elas podem mudar de acordo com vertentes espíritos. Mas será que precisamos seguir um ritual específico? Ou então podemos fazer o nosso modo? Quem sabe a conexão se deve a outros fatores?
Entendendo a conexão
Primeiramente, precisamos entender como funciona a conexão, pois será a partir dela e vamos trabalhar com os ritos e criar o nosso próprio modo de conexão. A conexão é fundamental em qualquer trabalho com o espírito, pois esse será o fator determinante do sucesso e até mesmo de fluidez maior durante os ritos. Não estou dizendo que a pessoa é obrigada a ter uma conexão com todos os espíritos, ou formar laço com todas as entidades, mas, nesse caso, é legal criar um vínculo ou até mesmo uma conexão com os espíritos aquáticos, pois isso facilita a entrada e saída dos reinos aquáticos, o trabalho e até mesmo para a própria evolução da espiritualidade. Assumir uma conexão também é um sinônimo de respeito, compromisso e comprometimento, mostrando que você está disposto a conhecer um pouco mais daquele espírito, viver um pouco mais os acontecimentos e trazer ele para perto da sua vida.
Espírito amiguinho ou espírito que faz seu trabalho
Antes de tudo, precisamos entender que existem muitos tipos de espíritos e forças que reinam sobre as águas. Muitas pessoas dizem que não é possível fazer amizade com esses espíritos, e que a única conexão com eles é para fazer seu trabalho e nada mais. Outros dizem que é possível sim estabelecer um laço com eles, sendo uma energia que é trabalhada aos poucos e constantemente. Independente da crença que a pessoa segue ou acredita, o fato é que realmente existem espíritos que estão dispostos a serem amigos e até mesmo guias para as pessoas, ajudando a pessoa a navegar entre os mundos espirituais e navegar no caminho do autoconhecimento. Enquanto outros podem simplesmente agir pela base da troca, apenas fazendo o seu trabalho e sumindo, sem dar muita moral ou ligação para as pessoas.
Locais sagrados
Quando estamos trabalhando com espíritos e forças que fazem parte da natureza, existem o que chamamos de portais de ligação. No hinduísmo, temos um ótimo exemplo, como o Rio Ganges, pois acreditam que todas as extensões do rio são, na verdade, a própria extensão da deusa, onde encontramos locais que são considerados sagrados como "Rishikesh" e "Haridwar". Esses são 2 ótimos exemplos, pois as margens do rio podem ser consideradas grandes locais de purificação e conexão com o divino, onde ocorrem diversos ritos e práticas para se conectar com o Divino e purificar o próprio corpo. No entanto, sabemos que não é somente um local ou nome que é considerado um ponto de conexão com os espíritos e a própria espiritualidade. Mesmo que certos lugares sejam conhecidos por abranger forças e energias, não precisamos necessariamente viajar para a Índia para se conectar com essas forças.
Exemplo de pontos práticos
- Rio e córregos: são conhecidos pela grande capacidade de limpeza, mas também para abranger uma grande variedade de espíritos aquáticos, e aqui pode ser qualquer tipo de rio, não precisa ser um conhecido ou coisa do tipo, tendo água já serve.
- Lagos: o mesmo serve para os lagos, porém é aí que as coisas ficam divertidas, pois podemos encontrar as criaturas mais belas e aterrorizantes ao mesmo tempo. Dizem que nos Lagos residem as mais belas e sedutoras mulheres, outros dizem que residem as poderosas e imponentes serpentes, porém algumas pessoas dizem que é o lar das feras e bestas selvagens do submundo aquático.
- Mar: talvez seja um dos mais conhecidos, geralmente os mares são os que mais são representados por histórias e figuras mitológicas. No entanto, essas figuras residem até hoje no fundo dos mares, algumas pessoas dizem que é o melhor local para se conectar com o próprio Devata da água, outros dizem que isso pode ser feito em qualquer fluxo corrente de água. Dizem que nos mares residem as poderosas Nagas que atualmente não gostam dos humanos, outros afirmam que é o lar dos poderosos e antigos dragões que governavam os submundos aquáticos. Mas será que é verdade? Bem, só testando para saber.
- Pântano: o inconfundível, considerado o mais aterrorizante, é literalmente o local e portal que mais tem histórias e até mesmo criaturas que vivem por lá, o lar dos poderosos Rakshasas, ou o que chamamos de espíritos perseguidores e vingativos. Os pântanos são usados até hoje para o forte direcionamento energético, principalmente o trabalho com as sombras e escuridão interna.
E como são chamados?
Existem diversas formas pelas quais os espíritos podem ser chamados, evocados e invocados. Tradicionalmente falando, a forma mais comum é através das águas. Parece meio óbvio, mas tradicionalmente falando a forma mais comum é indo em um corpo de água e fazendo o rito ali. Geralmente é feito um ritual básico, porém simbólico, onde os praticantes recitam preces, mantras e até mesmo uma espécie de adoração às águas, pedindo licença e a permissão dos espíritos para adentrar. Algumas pessoas levam flores e pequenos presentes simbólicos.
Yantra
Muitas pessoas dizem que os Yantras não são somente a energia para trazer uma divindade, mas também são poderosos para trazer entidades, espíritos e forças que reinam na natureza. Como estamos falando da água, geralmente utilizamos Yantras como:
- Shiva: Shiva é o senhor das Nagas, então o seu Yantra pode ser utilizado em ritos específicos para chamar Nagas e outras forças que residem nas águas. Tradicionalmente, fazem a utilização de seu Yantra, principalmente quando estão realizando festivais ou até mesmo adoração para seres relacionados à água. O Yantra de Shiva pode trazer a energia do fluxo, mesmo que não seja tão evidente, ele está relacionado com Apas. Geralmente associado às Nagas e os guerreiros aquáticos que protegem as águas.
- Ganga: O mesmo acontece com Ganga, onde podemos utilizar o Yantra, mas também podemos pedir uma autorização direta para Deusa, para que, dessa forma, possamos adentrar os reinos aquáticos, bem como nos conectar com os diversos espíritos que reinam nesse mundo. Chamar a Deusa pode ser uma boa estratégia, pois ela é a personificação dos rios e da própria água, sendo assim, a conexão com os espíritos pode se tornar mais fácil e fluida.
- Kamadeva: Esse aqui é bem pouco conhecido, mas o seu Yantra é tradicionalmente associado com a energia da beleza, fluidos corporais e os fluxos das águas. Dessa forma, é possível utilizar o seu Yantra para trabalhar com espíritos relacionados à beleza, como as Apsaras e também os espíritos relacionados à arte e música. Sua utilização é bem pouco conhecida e falada, mas funciona que é uma beleza.
- Saraswati e Laksmishi: Seguindo o mesmo princípio de Ganga e Kamadeva, quando utilizamos o Yantra delas, não existe um espírito específico que será chamado. Aqui abrangemos a todos os tipos, e as formas de conexão podem ampliar ainda mais. Em alguns casos, se torna uma surpresa, e em outros um verdadeiro terror. O constante fluxo e o movimento é o que fazem o Yantra ser tão poderoso, principalmente para se conectar com as águas.
Menção honrosa
- Chinnamastra: Mesmo que não seja relacionada com a água, o seu Yantra está relacionado com o sangue e o fluxo corporal. De certa forma, é possível trabalhar com alguns espíritos assim como o princípio de Kamadeva e Shiva, trabalhando com espíritos aquáticos que estão relacionados com a magia sexual, mas também guerreiros sanguinários.
Yantra e símbolos na prática
Na prática, pode ser um pouco diferente. Algumas pessoas acham confuso ou mais complexo, no entanto, tudo depende, pois dependendo do Yantra e símbolo, o rito se torna mais fácil ou difícil. Algumas pessoas podem sentir uma conexão maior com a ativação dos Yantras, enquanto outras podem se sentir mais à vontade na utilização de símbolos próprios ou de símbolos específicos, trazendo uma pegada mais pessoal.
O processo é bem "simples" na verdade. Tudo que precisamos é do símbolo ou do Yantra centralizado. Logo, com o dedo indicador, fazemos movimentos circulares ou em espiral, no sentido horário, enquanto recitamos o mantra. O mantra pode ser recitado 3, 6 ou 9 vezes, tudo depende do rito. Geralmente, após esse processo, convidamos a energia da divindade ou espírito para se fazer presente, e uma pequena meditação é feita para nos conectarmos com essa força.
Geralmente, essa é a forma tradicional. No entanto, não podemos esquecer que a Magia é uma constante evolução, e a adaptação é de fato o que simboliza a água e a magia. Nesse contexto, não precisamos realizar o mesmo ritual chato ou repetitivo todas as vezes. Com o tempo, podemos adicionar outros símbolos e objetos, utilizando conchas para trazer a força da água, espelhos para servirem como portais energéticos, uma taça com água para simbolizar a própria energia da água, ou então uma simples tigela com leite e mel. Perceba como um ritual simples pode se tornar mais grandioso, ou então mais completo, com apenas alguns símbolos a mais. Exatamente isso que acontece dentro da magia, a capacidade de utilizar os símbolos para alcançar nossos objetivos.
Assim como podemos utilizar símbolos como Yantras de diferentes divindades, também podemos usar símbolos próprios e que façam sentido em nossa cabeça. É claro que algumas entidades e espíritos aquáticos terão seu símbolo próprio, mas isso não significa que não podemos combinar diferentes símbolos para que eles possam coexistir no mesmo propósito. No entanto, essa prática pode demandar tempo e conhecimento, para que a pessoa saiba combinar exatamente os símbolos e alcançar o objetivo desejado. Vale ressaltar que não é somente pelos símbolos, mas sim na intenção e de como a pessoa se conecta com diferentes símbolos. A verdadeira magia e ação está na intenção e não nos símbolos. Até porque o que torna aquele símbolo poderoso são as nossas intenções e principalmente acreditar no símbolo, assim ele se torna poderoso.
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