Estudo Comparativo: Santos da Igreja Católica e os Mortos Divinizados nas Religiões Afro-brasileiras (Exus e Pombagiras) - Neófita: Nalu. Sacerdote: Max.
Introdução:
A relação entre o mundo dos vivos e o dos mortos é uma constante em diversas tradições religiosas. Na Igreja Católica, os santos são figuras humanas canonizadas após a morte, reconhecidos por sua vida virtuosa e seu poder de intercessão junto a Deus. Já nas religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, Exus e Pombagiras são entidades espirituais que, embora muitas vezes mal compreendidas, representam forças poderosas da comunicação, da justiça e da transformação — frequentemente associadas a mortos divinizados ou ancestralidades espirituais. Este estudo propõe uma análise comparativa entre essas figuras, destacando suas origens, funções simbólicas e papel devocional, a fim de compreender como diferentes tradições lidam com o sagrado que emerge da morte e da transcendência espiritual. Como já estudamos amplamente as entidades Exus e Pombagiras, nesta etapa focaremos especificamente nos santos ou mortos divinizados da tradição católica.
Canonização
Canonização pode-se dizer que é o termo utilizado pela Igreja Católica e que diz respeito ao ato de atribuir o estatuto de Santo a alguém que já era Beato e sujeito à beatificação. É um assunto sério e um processo complexo dentro da Igreja, a ponto de só poder ser tratada pela Santa Sé em si, por uma comissão de altos membros e com a aprovação final do Papa. Canonização é a confirmação final da Santa Sé para que um Beato seja declarado Santo. Só o Papa tem a autoridade de conceder o estatuto de Santo. O ato da canonização passou por um longo processo de reforma aonde não só aqueles que viveram e se doaram a fé durante a vida mais também os mártires, os que morreram em nome da fé.
Reliquias Sagradas
A igreja católica guarda restos mortais dos Santos, as denominadas “Relíquias Sagradas”. Isso porque a igreja não enxergou o morto como ele é ainda mais se tratando de um santo, essa prática de preservar e consagrar restos mortais de santos e heróis além de outros pertences associados a sua vida ou morte, remota a era pré- cristã na Europa. Esses restos foram categorizados como "relíquias sagradas" e se tornaram uma parte essencial do ritual ecumênico cristão durante a Idade Média.
A importância das relíquias
O mundo medieval comercializou tudo que era relacionado a esses Santos desde mortalhas, língua, dedo e até olhos e prepúcios, esses itens não eram só exclusivos da igreja católica, forçando um turismo na região e arrebanhando consequentemente mais fiéis, mais também eram vendidos roubados e anunciados.
Nada disso era considerado impróprio no auge de século VIII. Hoje é considerado um crime civis possuam esses itens, mas a igreja os mantém como uma tradição sagrada. Na catedral de São Pedro Apóstolo, no Kansas (EUA), existe um relicário com centenas de pedaços de Santos em recipientes em conservas atrás do altar-mor.
Veneração de relíquias
Algumas pessoas podem achar estranho guardar partes do corpo dos santos ou mesmo venerar objetos deixados por eles. No entanto, tudo o que faz ou manda a Santa Igreja é para o bem e a salvação dos fiéis. Portanto, se ela permite a veneração das relíquias, sem dúvida, esse é um meio de nos ajudar a caminhar rumo à santidade, podemos observar que nessa questão a igreja não se difere de outras religiões e egregoras ao entendermos a relação da igreja e seus fieis e os Santos podemos perceber o mesmo acontecimento com os Exus e pombogiras que tem seus cultos nas religiões de matriz africana e na Bruxaria.
Referências
Além disso, encontramos nas Sagradas Escrituras, no Segundo Livro dos Reis, o relato da ressurreição de um homem pelo contato com as relíquias do profeta Eliseu.
Ora, aconteceu que um grupo de pessoas, estando a enterrar um homem, viu uma turma desses guerrilheiros e jogou o cadáver no túmulo de Eliseu. O morto, ao tocar os ossos de Eliseu, voltou à vida e pôs-se de pé.
Curiosidade
O morto e sentado no trono
O sínodo foi realizado em circunstâncias um tanto sombrias. O papa Estevão 6º ordenou que o cadáver de Formoso fosse removido de seu sarcófago e levado à Basílica de São João de Latrão, em Roma, para ser julgado.
O cadáver foi adornado com adereços papais e colocado em um trono para enfrentar as acusações de que Formoso havia quebrado as regras da Igreja. Um diácono estava presente para responder em nome de Formoso.
Estevão 6º acusou o cadáver de quebrar o juramento de não retornar a Roma e de ter obtido ilegalmente o título de papa por já ser bispo na época em que foi eleito.
Os supostos crimes ocorreram muito antes do julgamento. Em julho de 876, Formoso foi excomungado por se intrometer na política das potências europeias e proibido de celebrar missa pelo papa João 8º.
Mas, depois da morte deste último, a sentença de excomunhão foi retirada pelo sucessor de João 8º, Marinho 1º, em 878, e Formoso voltou ao seu posto de bispo do Porto.
Apesar de ter manchado seu histórico, Formoso foi eleito papa em 1º de outubro de 891 e imediatamente envolveu-se novamente na política.
O papa Estevão 6º ordenou que os três dedos que o papa morto havia usado nas consagrações fossem cortados e que seu corpo fosse lançado no rio Tibre.
Referência
Frederik Pedersen é professor de História da Universidade de Aberdeen. Este artigo nota apareceu originalmente em The Conversation e é publicada aqui sob uma licença Creative Commons.
Contato dos devotos com os santos divinizados
Os devotos buscam contato com os santos divinizados através de preces “orações” novenas que são pequenas reuniões em seus lares a fim de criar uma comunicação maior com o divino e com os santos. As novenas também são um momento de comunhão e apoio entre os membros da comunidade religiosa, com a esperança de receber respostas às orações e viver uma vida mais plena. O que não é diferente da comunicação com os exus e pombogiras quando o que buscamos é uma conexão maior com a espiritualidade.
Conclusão
É bom entendermos também que como cada Exu e pombogira tem sua área específica de trabalho com os santos divinizados não é diferente podemos dar exemplos como Santo Antônio que frequentemente é invocado para resolver questão que envolve amor e família, Irmã Dulce para cura física e mental, Santa Edwiges para resolver problemas financeiros, Santo Ivo de Kemartin para causas judiciais e entre outros, com esse estudo podemos dizer que independente da fé cada egregora agi de forma parecida e o que aprendemos com isso é o respeito entre ambos e aqui dentro da ordem Covil Decorus e Lucem nos é ensinado o respeito mútuo dando espaço para que cada um siga sua fé de forma respeitosa.
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