Introdução ao estudo alquímico e a busca pelo conhecimento. - Neófita: Nalu.

 


A História da Alquimia e sua origem

Alquimia (do árabe: اَلْكِيمِيَاء  ou  al-kīmiyā; pelo grego antigo: χημεία ou khēmeíā lit."fusão de líquidos") é uma teoria científica obsoleta, também considerada uma pseudociência, desenvolvida na Idade Média. Esta, possuía quatro objetivos principais, relacionados ao misticismo e ao oculto. Apesar de não ter se originado neste período, por vezes, a alquimia é considerada a "química da Idade Média".

A alquimia surgiu em diversas civilizações antigas, como China, Egito e Grécia. Na Europa foi reintroduzida no século XII através de traduções de textos árabes, embora alguns estudiosos acreditam que já era praticada em Alexandria no Egito Antigo, no entanto a alquimia chinesa pode ser uma das mais antigas com vestígios dessa prática em 4500 a 6000 A.C.

A perseguição 

Ao contrário do que é divulgado, a Alquimia era praticada por vários membros da Igreja Católica. Inclusive, o papa João XXII havia estudado Alquimia antes de sua ordenação sacerdotal e em 1317, lançou um decreto papal condenando os falsos alquimistas, aqueles que enganavam a população prometendo riqueza fácil.
Por isso, a fim de se resguardar, a linguagem dos alquimistas se tornou cada vez mais indecifrável. Para garantir que as informações fossem bem utilizadas, criaram-se símbolos e termos que estariam acessíveis somente aos iniciados. Dessa maneira, a prática da Alquimia torna-se cada vez mais secreta.
Com a implantação do Tribunal do Santo Ofício (mais conhecido como Inquisição) em certas regiões da Alemanha, Suíça, França e Espanha, a Alquimia passa a ser confundida com práticas consideradas obscuras pela Igreja Católica.
Assim, observamos a perseguição e a condenação a vários sábios que apenas estavam investigando elementos químicos. Nessa altura, os alquimistas foram excomungados, presos e queimados na fogueira. A alquimia medieval teve influências da cultura muçulmana e da cabala judaica. O enxofre, usado na alquimia, era associado ao “demônio”.

Fases da Alquimia ao longo do tempo

Com o avanço dos conhecimentos científicos na Idade Moderna, a Alquimia passou a ser considerada uma pseudociência, isto é, uma falsa ciência, desprovida de métodos e efeitos comprovados, ligada ao misticismo e ao oculto. Porém é reconhecido que, apesar de não ter caráter científico, a alquimia foi uma fase importante na qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela química.

Existem quatro objetivos principais na sua prática. Um deles seria a "transmutação" dos metais inferiores ao ouro; o outro a obtenção do "Elixir da Longa Vida", um remédio que curaria todas as doenças, até a pior de todas (a morte), e daria vida longa àqueles que o ingerissem. Ambos os objetivos poderiam ser conseguidos ao obter a Pedra Filosofal, uma substância mística. O terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homunculus. O quarto objetivo era fazer com que a realeza conseguisse enriquecer mais rapidamente (este último talvez unicamente para assegurar a sua existência, não sendo um objetivo filosófico).

Metáforas relacionadas a evolução da mente e espírito 

A ideia da transformação de metais em ouro, acredita-se estar diretamente ligada a uma metáfora de mudança de consciência. A pedra seria a mente "ignorante" que é transformada em "ouro", ou seja, sabedoria. Esses estudiosos procuravam principalmente a busca pelo "Elixir da Longa Vida" e a "Pedra Filosofal" isso é relacionado a evolução humana e ao autoconhecimento uma vez que que o metais não seria algo tão valioso a expansão da consciência poderia transformar a vida humana com o objetivo de mudar o que era negativo em algo positivo. 

A alquimia, em seu significado espiritual, representa um caminho de transformação interior, onde o indivíduo busca aprimorar sua consciência e evoluir espiritualmente. É um processo de transmutação, semelhante à transformação de metais em ouro, mas aplicado ao ser humano, buscando a integração do espírito na matéria e a manifestação da sua natureza divina. 

Alguns estudiosos da alquimia admitem que o "Elixir da Longa Vida" e a "Pedra Filosofal" são temas reais os quais apenas simbólicos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, poderiam ser considerados substâncias reais. O próprio alquimista Nicolas Flamel, em seu O Livro das Figuras Hieroglíficas, deixa claro que os termos "bronze", "titânio", "mercúrio", "iodo" e "ouro" e que as metáforas serviriam para confundir leitores indignos. Há pesquisadores que identificam o Elixir da Longa Vida como um metal produzido pelo próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida sagrada assim que conseguissem realizar a chamada "Grande Obra de todos os Tempos", tornando-se desta forma verdadeiros alquimistas. Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição do Tai Chi Chuan.

Mistura de ciência e misticismo:
A alquimia combinava conhecimento científicos com crenças místicas, práticas religiosas e elementos de astrologia. 


Alquimistas mais importantes da História

Ao longo da história existiram grandes nomes que foram de suma importância para a evolução dos processos alquímicos, e através deles houve descobertas fundamentais para nós nos dias de hoje, logo abaixo alguns dos nomes que mais se destacaram:


São Tomás de Aquino
Um clássico. São Tomás de Aquino foi filósofo, teólogo (área de onde muitas pessoas o conhecem) e também alquimista!
Sua obra mais memorável se chama “Tratado da Arte da Alquimia”, e é dividida em oito capítulos. Como sugere o título, o livro trata sobre a alquimia e assuntos como manipulação da matéria, estudos químicos laboratoriais e a composição do elemento químico mercúrio.

Nicolás Flamel
Escriba, copista e alquimista, o francês dedicou sua vida aos mistérios da alquimia durante a Guerra dos Cem Anos.
Acreditava-se que Flamel era capaz de criar a tão desejada Pedra Filosofal, que transformava qualquer objeto em ouro.
Sua influência vai além da alquimia, chegando também à estudos científicos, como os do estudioso Foucault, e à literatura, como a principal referência para a elaboração do filme Harry Potter e a Pedra Filosofal (agora sim).
O conhecido ‘Livro das Figuras Hieroglíficas’ é o texto ocidental mais famoso sobre alquimia, de autoria de Flamel.

Edward Kelley
Médium e alquimista, Edward Kelley é um grande nome da alquimia. Por ter colaborado com John Dee (astrólogo, navegador e matemático), dizia-se que Kelley era capaz de contatar espíritos, e, por isso, descobriu os segredos da transformação de coisas normais em ouro.

Hermes Trimegisto
Esta é uma das mais importantes figuras da Ciência e da Mitologia Grega.
Hermes Trismegisto é uma figura lendária, um personagem mítico resultante da combinação do deus grego Hermes com o deus egípcio Thoth. Ele é considerado o autor de textos herméticos, uma coleção de obras que influenciaram a filosofia, a alquimia e o esoterismo. 

*Obras e autores e referências para estudos *

Psicologia e Alquimia" de Carl Jung:
Esta obra é fundamental para compreender a dimensão psicológica da alquimia, relacionando seus símbolos e processos com o inconsciente. 


Obras de Paracelso:
Autor importante na alquimia, com textos como "A Chave da Alquimia". 


O Alquimista" de Paulo Coelho:
Embora seja uma obra de ficção, o livro aborda temas centrais da alquimia e pode servir como introdução ao tema.


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