Alquimia e Kabbalah: Sephiroth, Caminhos e Transmutação. Neófita: Nalu.
Alquimia e Kabbalah: Sephiroth, Caminhos e Transmutação
Alquimia
Assim que a palavra “Alquimia” é lançada muitos pensam no elixir da longa vida e acreditam que uma fórmula mágica torna possível fazer a Pedra Filosofal. Essa visão está completamente errada. A Alquimia dá um conhecimento da Natureza que diz respeito tanto ao seu aspecto físico quanto ao seu aspecto metafísico. O verdadeiro objetivo da Alquimia é levar a uma iniciação interior, ou seja, à conexão entre o consciente e os diferentes níveis subconscientes. Isso traz, progressivamente, um conhecimento diferente do conhecimento atual, ou seja, alcança-se pouco a pouco, através da Alquimia, um conhecimento quase unitário que envolve todos os aspectos do Universo e do ser humano.
Kabbalah
A Kabbalah vem da tradição judaica. Explica a criação do universo, a origem e o futuro do Homem, sua natureza e o modo de trabalho do Criador. A Cabala operativa e prática conduz também a um certo conhecimento unitário, a uma iniciação interior e pode-se pensar que, nos tempos antigos, isto é, no tempo dos verdadeiros Adeptos, estes não senão ao mesmo tempo Kabbalah e Alquimia.
Significados
A Kabbalah diz: “ No princípio é o nada. Nesse nada aparece uma coisa, como uma força, como um empurrão, como uma pressão e essa pressão cria o Ser. Este ser absoluto, então, para sua necessidade, cria a consciência. Por sua vez essa consciência, ao ter a possibilidade se realizar cria vida, então a vida cria matéria para a necessidade involução e evolução.
Já os alquimistas dizem: “Como é a vida que cria a matéria para sua evolução, as energias da vida manifestadas pelas energias astrológicas e regidas por suas próprias leis são necessariamente leis que permitem a ação sobre a matéria”. Este é um dos princípios fundamentais da Alquimia.
Em resumo, a Alquimia seria o estudo da química mais a vida, e a Kabbalah seria o estudo da Física mais a vida. Na palavra “Vida”, entendemos todos os aspectos, ou seja, todos os níveis de energia do mundo espiritual.
Na Kabbalah, essas energias são representadas pelas dez Sephiroth da Árvore da Vida (diagrama abaixo). Cada Sephirah (plural Sephiroth) é um dos dez níveis.
Tanto para os que praticam a Kabbalah como para os alquimistas, essas dez Sephiroth representam os dez níveis de condensação de energia. Em um texto antigo, “La Nature Dévélée”, notamos que a energia primária, Materia Prima, extremamente sutil, condensa-se em dez etapas sucessivas para chegar ao estado da matéria densa do nosso mundo, essas energias são representadas pelas dez Sephiroth da Árvore da Vida.
Kether, no topo da Árvore da Vida, é a fonte primordial da manifestação — o ponto onde a energia do Ein Sof começa a se condensar no universo. Dessa origem pura, a energia flui para Chokmah (Sabedoria), princípio ativo e criador, e depois para Binah (Entendimento), princípio receptivo e formador, que é tradicionalmente associado a Saturno, o arquétipo da estrutura e da limitação.
Esses três formam os Céus Supernos, Trindade Oculta que origina toda a Criação.
Os dez níveis de energia correspondem a dez funções no homem, a dez níveis de consciência divididos em quatro mundos. Assiah é o mundo físico, onde estamos, com apenas um nível de consciência, o de Malkuth.
Acima está o mundo da Criação, Yetzirah, na verdade o mundo Lunar que inclui as Sephiroth concedidas na Lua, em Mercúrio e em Vênus que correspondem a três níveis de consciência. Sempre seguindo a direção da ascensão das energias, passamos, acima, ao mundo de Briah, mundo solar chamado “Crístico”.
Este mundo inclui a Sephirah solar Tiphereth, a Sephirah Geburah marciana e a Sephirah Chesed jupiteriana que também correspondem a três níveis de consciência a Sephirot é um dos dez níveis. Cada nível compreende um todo que inclui um espaço-tempo , uma densidade de energia, uma densidade de matéria e um nível de percepção de consciência.
Briah é o mundo temporal mais elevado. Atziluth, mundo acima, que inclui as Sephiroth Kether, Chokmah e Binah, é um mundo sem espaço-tempo.
Simbolismo e Linguagem:
A alquimia frequentemente emprega linguagem e imagens simbólicas que também podem ser encontradas em textos da Kabbalah. Por exemplo, o uso de símbolos para representar verdades ou processos espirituais é comum em ambas as tradições.
Transformação Espiritual:
Tanto a alquimia quanto a Kabbalah enfatizam a transformação. Na alquimia, a transformação de metais básicos em ouro simboliza a iluminação espiritual e a perfeição. Na Kabbalah, o processo de alcançar uma conexão com o divino e compreender a natureza da criação é central.
Influência mútua:
Durante o Renascimento, muitos alquimistas foram influenciados por ideias e textos da Kabbalah. Figuras como Paracelso e outros estudiosos integraram conceitos da Kabbalah em suas práticas e escritos alquímicos.
Conclusão
Ambas as tradições incluem práticas místicas que visam alcançar conhecimento superior ou percepção espiritual. Os processos alquímicos podem ser vistos como uma metáfora para o trabalho espiritual interior, semelhante às práticas meditativas da Kabbalah.
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