Emergindo nas raizes de yggdrasil e os nove reinos. - Por: Neófita Nalu.
“Conheço um freixo chamado Yggdrasil,
Uma árvore imensa no meio da névoa branca.
De la escorre o orvalho que cai nos vales.
Firme, mantém-se sempre verde,
Acima da sagrada fonte de Urdh.”
Passagem do poema de Völuspa
Definimos o cosmo como a totalidade da criação, incluindo uma variedade e diversidade de planos, níveis, dimensões, mundos e camadas. Enquanto o cosmo é o Todo, o universo representa uma parte, uma esfera com atividades e influências diferenciadas e específicas.
Existem muitos universos, mas há somente um cosmo, que transcende a noção de tempo e espaço, pois suas camadas se interpenetram e entrelaçam, estendendo-se para dentro e para fora de sua estrutura básica.
Árvore Cósmica
Na mitologia nórdica, o cosmo multidimensional era representado por Yggdrasil, a Árvore do Mundo, com três raízes que correspondiam às três dimensões, deuses, homens e mortos e interligavam os nove mundos ou os nove reinos.
O conceito de uma Árvore da Vida, do Mundo, ou uma Coluna, Pilar ou Eixo Cósmico, existe em outras culturas e religiões. No Ocidente, a mais conhecida é a Árvore Cabalística da escola mística judaica, dividida em quatro planos e dez esferas (sephiroth).
No poema islandês “Völuspa”, a völva (profetisa) enumera nove mundos intercalados no espaço e separados por montanhas, desertos, vãos escuros, rios e pontes, das quais a mais famosa é Bifrost, uma estrutura metálica que brilha com as cores do arco-íris. Os mundos, reinos ou moradas eram habitados por seres com identidades e funções diferentes, mas complementares dentro do todo.
Para algumas tradições Yggdrasil é um freixo; outros, um teixo ou carvalho — ambas, árvores sagradas para os povos nórdicos.
Na ótica feminina, Yggdrasil representa a Deusa Mãe, doadora da vida e da morte, senhora do rejuvenescimento, da expansão, do declínio e da renovação. As fontes simbolizam sua criação, fertilidade, sabedoria, magia, e o destino de todos os seres por Ela criados. As raízes dão sustentação aos mundos, bem como oferecem aos buscadores os caminhos para alcançar os níveis mais elevados de consciência, em troca de sua dedicação, reverência, fé e gratidão.
Os nove mundos ou nove Reinos
Na mitologia nórdica existem nove mundos (também conhecidos como reinos). Porém, o interessante é que eles estão interconectados por essa árvore gigante, conhecida como Yggdrasil. Embora não seja possível, com as informações literárias que temos, definir a localização de cada um dos mundos, podemos identificar os nove mundos nórdicos e o que eles representam.
1 - Godheim (Asgard): mundo ou reino dos Aesir (clã de deuses da mitologia nórdica). Conforme a mitologia, Asgard (mundos dos deuses) estava ligado ao mundo Midgard (dos mortais) por uma ponte, denominada Bifrost, formada por um arco-íris. É frequentemente descrito como um reino de palácios e grandes salões.
2 - Mannheim (Midgard): mundo ou reino dos seres humanos e dos trolls (pequenas criaturas imaginárias da mitologia escandinava).
3 - Jotunheim (Utgard): reino ou mundo dos gigantes.
4 - Vanaheim (Vanaheimr): reino ou mundo dos Vanir (um grupo de divindades associadas à fertilidade, prosperidade e navegação marítima).
5 - Alfheim (Álflheimr): reino ou mundo dos elfos (criaturas mitológicas místicas, considerados espíritos guardiães.).
6- Musphelhein: Terra do Fogo ou mundo dos seres gigantes de fogo. Um reino ardente e quente, governado pelo gigante de fogo Surtr.
7 - Svartalfheim (Nidavellir): reino dos elfos negros e dos anões.
8 – Helheim: reino ou mundo dos mortos. Também conhecida, nas lendas nórdicas, como Casa das Névoas. É o reino dos mortos que não morreram em morte heroica ou notável, distinto de Valhalla, que é um salão em Asgard para onde são levados os guerreiros mortos em batalha.
9 – Niflheim: mundo primordial de gelo e frio, às vezes associado aos mortos. É frequentemente mencionado ao lado de Hel, o reino dos mortos supervisionado pela deusa Hel.
Por mim mais um trecho dos poemas escrito por Völuspa
Então buscaram os deuses.
Suas assembléia-sedes.
Os sagrados, e conselho tomaram.
Nomes deram então eles para o meio-dia e o crepúsculo.
Manhã que nomearam, e a lua minguante.
Noite e anoitecer, os anos para numerar.
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