Izanami/Hecate - Senhoras do Destino e da Ruina. - Neofita: Chris.

 


Seguindo com os estudos sobre o Panteão Japonês, e devido a semana em Homenagem a Hecate, achei legal trazer uma abordagem sobre a "a Deusa do submundo Japonês" e sua similiaridade com a Deusa Grega Hecate. Espero que gostem do assunto, respondam a chamada e marquem com emoji mostrando a leitura. Aproveitem a aula!

Izanami No Mikoto é uma das divindades mais importantes do panteão xintoísta japonês. Seu nome significa "aquela que convida" ou "mulher convidativa". Ela é considerada a deusa da criação e da morte, figurando como a mãe de muitas das ilhas do Japão e de diversas outras divindades.

Origem e o Mito da Criação

Juntamente com seu irmão e consorte, Izanagi No Mikoto, Izanami recebeu a tarefa dos deuses ancestrais de dar forma à Terra. Eles desceram à ponte flutuante do céu, e com uma lança celestial, agitaram as águas primordialmente caóticas. Quando retiraram a lança, as gotas que escorreram formaram a primeira ilha, Onogoro-shima _. A partir daí, os dois se uniram para gerar o restante das ilhas do Japão e uma grande quantidade de deuses, incluindo o deus do fogo, _Kagutsuchi .

As mitologias japonesa e grega , embora geograficamente distantes, apresentam temas e arquétipos que, em muitos pontos, se cruzam de maneira fascinante. Uma dessas intersecções notáveis pode ser observada na análise das divindades Izanami No Mikoto e Hécate . À primeira vista , uma deusa da criação japonesa e uma deusa grega da magia podem parecer não ter nada em comum, mas ao aprofundarmos nos seus domínios e simbolismos, emergimos similaridades impressionantes.

A Dualidade e o Domínio do Mundo Inferior

Ambas as deusas são figuras de dualidade. Izanami é a deusa da criação e da morte, enquanto Hécate é frequentemente associada aos limites, sendo uma deusa da magia, das encruzilhadas e do mundo inferior. Ambas detêm poder sobre a vida e a morte, embora de maneiras distintas:

Izanami: Sua dualidade é manifestada na sua própria jornada. Ela inicia como uma figura criadora, a mãe do Japão e de seus deuses, mas se transforma em uma divindade do mundo dos mortos após a sua morte. Sua história ilustra a inseparável conexão entre a criação e a destruição.

Hécate: Sua dualidade reside em seu domínio sobre os "entre-lugares". Ela governa as encruzilhadas, simbolizando escolhas e transições, e é uma divindade noturna associada a fantasmas, rituais de morte e ao submundo, atuando como guia de almas.

O Papel como Guia e Deusa dos Limites

As duas deusas funcionam como pontes entre os reinos, guiando ou detendo o fluxo entre eles:

Izanami: Após sua morte, ela se torna a soberana de Yomi, o submundo japonês. Seu papel como guardiã de Yomi é o que impede que Izanagi a resgate e, por extensão, o que estabelece a separação final entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.

Hécate: Ela é uma deusa psicopompa, que guia as almas através das transições, principalmente entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Ela tem poder sobre os limites do céu, da terra e do mar, e é frequentemente invocada em rituais que buscam comunicação com o submundo.

O Simbolismo da Magia e do Poder Oculto

Embora Izanami não seja diretamente uma deusa da magia, como Hécate, sua história e seus poderes ressoam com temas de poder oculto e transformação:

Izanami: A transformação de Izanami, de uma deusa radiante da criação para uma figura putrefata e vingativa no submundo, é um ato de poder e metamorfose. Seu estado corrompido e a maldição que lança sobre Izanagi a colocam em um lugar de poder primordial, um poder que não é visível ou benigno, mas que é fundamental para a ordem do cosmos.

Hécate: Ela é a deusa arquetípica da magia, da feitiçaria e da bruxaria. Seus rituais são noturnos e envolvem o uso de ervas e outros elementos da natureza para invocações e transformações. Seu poder é intrinsecamente ligado ao oculto e ao não-dito.

Apesar de suas origens culturais e papéis mitológicos distintos, Izanami No Mikoto e Hécate compartilham um arquétipo de poder dual. Ambas transitam entre os mundos da vida e da morte, governando os limiares e os domínios ocultos. Izanami, com sua jornada de criadora a rainha dos mortos, e Hécate, com seu papel como guardiã das encruzilhadas e da magia noturna, personificam a força incontrolável e transformadora que reside nos limites do universo.

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