SEERE — O Príncipe da Velocidade e Manifestação Imediata. — Por Sacerdote Maximillian.

 


Número na Goetia: 70

Nomes alternativos: Seere, Sear, Seir

Hierarquia: Príncipe

Legiões sob seu comando: 26

Fonte original: Ars Goetia, parte do Lemegeton Clavicula Salomonis (Chave Menor de Salomão)

Descrição Tradicional (Ars Goetia)

Seere é descrito no grimório Ars Goetia como o septuagésimo espírito, um poderoso Príncipe sob a autoridade do rei Amaymon, um dos quatro reis cardeais do Inferno. Ele aparece como um belo homem montado em um cavalo alado, e sua principal habilidade é percorrer grandes distâncias em um instante — “num piscar de olhos” — trazendo aquilo que o magista desejar.


Seere é de natureza neutra e considerada "boa" e “indiferente” pelos grimórios clássicos, ou seja, ele não age por malícia ou engano, mas segundo a vontade do magista. É rápido, eficiente, confiável e sempre pronto para cumprir ordens. Ele tem o poder de revelar locais de objetos perdidos, roubados ou escondidos, inclusive tesouros ocultos.


Atributos e Simbolismo

Elemento simbólico: Ar (pela velocidade e leveza)


Planeta (clássico): Nenhum explicitamente citado nos grimórios


Planeta atribuído modernamente: Júpiter (expansão e prosperidade)


Cor da vela (moderna): Verde (prosperidade, movimento, equilíbrio)


Planta associada (moderna): Salgueiro


Metal tradicional da regência moderna: Estanho (associado a Júpiter)


Tarô (associação moderna): 9 de Copas (realização rápida de desejos)


Funções e Poderes

Nos grimórios antigos, Seere é invocado principalmente para:


Trazer objetos, pessoas ou recursos até o magista com extrema rapidez


Revelar a localização de tesouros ou coisas ocultas


Agir com presteza e lealdade a qualquer tarefa mágica solicitada


Embora muitas fontes modernas expandam esses atributos com interpretações simbólicas (como "influência sobre decisões" ou "poder de profecia"), tais qualidades não constam nos registros clássicos da Goetia.


Interpretação simbólica (a partir dos grimórios e do esoterismo tradicional)

Velocidade e manifestação: Seere representa o poder de mover forças no plano material de forma quase instantânea. Sua imagem montado em um cavalo alado é símbolo direto dessa capacidade.


Visão e busca: O cavalo alado também representa a capacidade de ver de longe, superar obstáculos e alcançar o que está oculto — característica compatível com a busca de objetos escondidos.


Neutralidade: Ao contrário de muitos outros espíritos da Goetia, Seere não é descrito como enganoso ou traiçoeiro. Isso faz dele um dos daemons mais seguros de trabalhar, desde que o magista atue com respeito e clareza de propósito.


Gematria e Correspondências (interpretativas)

Valor numérico moderno (isopsefia): 185 → 1 + 8 + 5 = 14 → 1 + 4 = 5

Interpretação: O número 5 representa adaptação, movimento e expansão — coerente com sua atuação como espírito veloz e facilitador de caminhos.


Associação moderna com Tarô: Hierofante (número 5), guardião do saber oculto e transmissor de segredos — o que pode simbolizar a revelação de tesouros e segredos escondidos.


Invocação Tradicional (Ars Goetia)

Os grimórios recomendam que o magista desenhe o círculo protetor e o sigilo de Seere, e o invoque com voz firme e respeitosa. O sigilo é considerado o meio legítimo de contato e deve ser tratado com precisão.


“O septuagésimo espírito é Seere, também chamado Sear ou Seir. Ele é um príncipe poderoso, aparece como um belo homem montado num cavalo alado. Sua função é ir e vir rapidamente, trazer o que se deseja, e revelar o que está escondido. Ele é bom por natureza, obediente ao comando do magista. Reina sobre 26 legiões de espíritos.”


Considerações Finais

Seere é um dos daemons mais confiáveis e diretos da Ars Goetia. Trabalhar com ele exige respeito, precisão no ritual e intenção clara. Seu maior dom é a velocidade com que pode manifestar mudanças materiais e trazer respostas rápidas ao magista preparado. Diferente de outros espíritos que testam, enganam ou desafiam, Seere age com presteza, discrição e eficiência — por isso é considerado por muitos como “um espírito incomumente benéfico”.




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