Sunna a deusa solar e sua importância da cosmologia nórdica. - Neófita: Nalu.
Sol ou Sunne em inglês antigo, Sunna em nórdico antigo, é a divindade solar mais conhecida, ao lado de Balder (Bældæġ em inglês antigo), embora o Balder nórdico seja uma divindade da luz, é Sunna que aparece como uma leve antropomorfização da estrela central de nosso sistema solar, sendo considerada irmã de Máni (deus-lua), esposa de Glenr e filha de Mundilfari. Sunna podia ser entendida como o disco solar brilhando no céu, e ser representada por rodas com cruz (cruz solar) bem como por círculos, ou ainda formatos que passam a ideia de movimento circular, como espirais e suásticas. A sua existência é comprovada no Völuspá, da Edda poética
Seu culto data de pelo menos a Era do Bronze Nórdica (cerca de 1.700–500 aEC- antes da Era Comum) e deve ter sido bastante proeminente no Midsommar, o solstício de verão e dia mais longo do ano, que acontece na metade do ano, no hemisfério norte. Esparsas evidências, como o Carro Solar de Trundholm, datada de cerca de 1.400 aEC, e gravuras em pedras na Escandinávia, na Era de Bronze, mostram que ela teve uma importância grande para os povos germânicos desde sua gênese.
Sunna, a deusa do Sol, ocupava um lugar central na mitologia e na cultura nórdica simboliza a fonte criadora da vida e a luz que sustenta o mundo. Ela era reverenciada como a "Noiva Luminosa do Céu", conduzindo a carruagem solar puxada por dois cavalos fogosos chamados Árvakr ("aquele que se levanta cedo") e Alsviðr ("muito rápido") através do firmamento. Essa imagem não só enfatizava a importância do Sol como sustentador da vida, mas também refletia a profunda conexão dos povos germânicoscom os ciclos naturais e a reverência pelo poder cósmico que Sunna representava. A fiandeira de ouro, começando sua tarefa antes do nascer do Sol, simbolizava a diligência e a renovação constante, qualidades essenciais para a sobrevivência e prosperidade nas terras nórdicas.
Além de sua associação com a vida e a luz, Sunna também era vista como uma protetora contra forças malignas. Seu escudo mágico a protegia e evitava que o calor do Sol se tornasse destrutivo, equilibrando as energias da natureza. Mais do que isso, Sunna defendia os homens dos anões malévolos, petrificando-os com seu olhar poderoso. Este aspecto de defensora a tornava uma figura crucial na cosmovisão nórdica, onde a harmonia entre o homem e a natureza era vital. Para honrá-la, os nordicoserguiam círculos de pedra por toda a Escandinávia, transformando a paisagem com monumentos sagrados que refletiam sua devoção à deusa do Sol. Essas estruturas não só celebravam Sunna, mas também serviam como locais de ritual e culto, reforçando o papel central dela na vida espiritual e cultural dos povos germânicos.
Foram encontrados em inúmeros lugares, da Islândia até a Itália e a Rússia, centenas de labirintos, com desenhos intrincados e associados com as danças na primavera. O cristianismo incorporou muitos dos desenhos e símbolos solares nas igrejas erguidas sobre os antigos locais sagrados pagãos.
A teoria sobre a origem ártica desse ritual é apoiada pela reprodução do movimento do sol no céu nórdico pelo traçado do labirinto. Próximo ao Círculo Ártico o padrão anual do sol, é diferente, formando arcos que se expandem e criando um labirinto, como se fossem fiados pelo fuso dourado de Sunna. Acredita-se que os labirintos escandinavos foram construídos 6 mil anos atrás, pois o culto da deusa solar no extremo norte data da pré-história, conforme indicam as inscrições com motivos solares. Durante a Idade do Bronze, o ato de fiar tornou-se metáfora para a produção da luz pela deusa cósmica, e assim as antigas culturas começaram a reverenciar uma tecelã solar.
Sunna é uma das três deusas que irão morrer no Ragnarök (junto com Bil e Hel), sendo alcançada e devorada pelos lobos Skoll e Hati, seus eternos perseguidores. Porém, antes de morrer, dará à luz a uma filha, que, no alvorecer do Novo Mundo, irá assumir seu nome e continuará sua missão (conforme descrito no Mito da Criação). É possível que sua morte se deva ao fato de ter nascido como uma mortal (Filha de Mundilfari, irmã de Mani, o regente lunar) e divinizada por Odin, devido à sua estonteante beleza e peculiar brilho dourado.
Sunna é também chamada de "roda dos álfar (elfos)", e os elfos luminosos (ljósálfar) também estavam ligados a Freyr. Os álfar da Escandinávia são frequentemente tratados como criaturas espetaculares, poderosas e respeitáveis, ligadas tanto a ancestrais, quanto à fertilidade da terra e bem-estar, e são, aparentemente, o povo regido por Freyr que tem à Sol como aquela a quem eles devotam cuidado.
Sunna pode ser reconstruída então, a partir disso, como uma divindade essencial para a vida humana por estar no centro do culto da fertilidade, tão necessária para todos os povos, claramente perceptível para os que têm um modo de vida agrário, pois é ela quem ilumina e ajuda a fecundar a terra, para que haja vida e colheitas. As temporadas mais quentes para os antigos eram acolhidas como épocas alegres, e a psicologia atual pode facilmente explicar a relação entre luz solar e alegria.
Boas formas de invocá-la são pelo nome Sol, Roda dos Elfos (Álfröðull), mas também podemos chamá-la de "Brilhante na Carruagem Celeste", "Aquela que traz a luz", "Aquela que aplaca o Inverno", "Luz dos Campos", etc.
Ofertas como frutas, frutos produzidos localmente, bebidas levemente alcoólicas como vinho doce, de preferência branco, tortas doces são boas ofertas as quais, claro, cada praticante pode desenvolver e adotar de formas diferentes.
As datas mais propícias são o Midsommar (geralmente ocorre no dia 21 de dezembro) ou datas ao redor dele, que é quando esta deusa está em sua maior potência no céu.
Correspondências
Elementos: fogo, ar.
Animais totêmicos: cavalo, águia, dragão (do fogo e do ar), lobo.
Cores: amarelo, laranja, vermelho, dourado.
Árvores: acácia “chuva de ouro”, giesta, tília.
Plantas: camomila, dente-de-leão, girassol, hipericão.
Pedras: âmbar, topázio, citrino, pedra-do-sol, diamante.
Metais: ouro.
Dia da semana: domingo.
Datas de celebração: solstício de verão
Símbolos: carruagem, círculo mágico, círculo de pedras, colar, cristais, dança circular, disco, chicote, escudo, espelho, fogo, fylfotI (suástica), mandala, movimento giratório, objetos dourados, roda solar e sagrada, Sol, solstícios.
Rituais: Saudação ao Sol, rituais solares, danças circulares e giratórias, práticas de energização e vitalização, preparação da água solarizada, cura com cristais, alinhamentos dos chacras, celebrações dos solstícios com fogueiras.
Palavras-chave: autorrealização.
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