Introdução a necromancia - Mestra: Nalu




Significado

A palavra "necromancia" refere-se a um tipo de magia ou prática esotérica que envolve a comunicação com os mortos, geralmente com o objetivo de prever o futuro ou obter conhecimento oculto. O termo tem raízes no grego, onde "necro" significa "morto" e "mancia" significa "divinação" ou "profecia". A necromancia é frequentemente associada a rituais e práticas ocultas em várias culturas ao longo da história.

Necromancia dentro da bruxaria

Dentro da bruxaria, a necromancia é uma prática que envolve a invocação de espíritos de mortos para obter conhecimento, conselhos ou mesmo para influenciar eventos no mundo dos vivos. Os praticantes podem realizar rituais específicos que incluem elementos como oferendas, encantamentos e a criação de círculos mágicos para proteger e facilitar a comunicação com os mortos.

A necromancia é considerada uma forma de magia mais sombria e, em muitas tradições, é vista com cautela ou desaprovação, devido ao respeito que se deve ter pelos mortos e pela possibilidade de consequências negativas ao perturbar o além. Algumas tradições de bruxaria podem integrar a necromancia como parte de um sistema mais amplo de práticas espirituais, enquanto outras a evitam completamente.

Os necromantes, como são chamados os praticantes dessa arte, podem buscar a sabedoria dos mortos em situações de crise, ou para obter informações sobre o futuro. A necromancia também tem sido representada em várias culturas e mitologias como uma forma de poder e controle sobre o destino e a vida e a morte.

Essas tradições refletem a diversidade de crenças e práticas relacionadas à morte e ao além, demonstrando como a necromancia tem sido uma parte intrigante e complexa da experiência humana.

Necromancia e culturas

A necromancia aparece em várias tradições culturais ao longo da história, cada uma com suas próprias práticas e crenças. Aqui estão algumas das mais notáveis:

Antigo Egito: Os egípcios acreditavam na vida após a morte e realizavam rituais complexos para honrar os mortos. O Livro dos Mortos, um texto funerário, incluía encantamentos e instruções para ajudar as almas a navegar no além.

Grécia Antiga: Os gregos praticavam rituais de necromancia, como os descritos no "Odisséia" de Homero, onde Ulisses invoca o espírito de Tiresias, um profeta, em um ritual no submundo.

Tradições Celta: Algumas culturas celtas acreditavam na capacidade de se comunicar com os mortos através de rituais e festas, como o Samhain, que marcava o início do inverno e era visto como um momento em que os espíritos dos mortos estavam mais próximos do mundo dos vivos.

Vodu: No vodu haitiano, os praticantes podem invocar os espíritos dos mortos, conhecidos como "lwa", para obter orientação ou ajuda. A comunicação com os antepassados é uma parte importante dessa prática.

Santeria: Semelhante ao vodu, a santeria incorpora a invocação de espíritos ancestrais e deuses para obter ajuda e orientação em questões da vida cotidiana.

Xamanismo: Em várias tradições xamânicas, os xamãs podem entrar em transe e visitar o mundo dos espíritos, incluindo os dos mortos, para buscar sabedoria ou cura.

Folclore Europeu: Muitas culturas europeias têm histórias e mitos sobre necromantes, como a figura do "necromante" na literatura medieval, que era frequentemente retratada em contos de magia e feitiçaria.

Cristianismo: Na idade Média, os cristãos continuaram a se preocupar com poderes sobrenaturais, mesmo após o triunfo do cristianismo sobre os cultos pagãos. Segundo Valerie Flint, a magia pagã deu lugar a uma magia cristã, benéfica e segura, baseada em exorcismos, bênçãos, artes curativas, relíquias, entre outros. 

Divindades e entidades necromantes

Apófis

De acordo com a mitologia egípcia antiga, Apófis já existia antes da criação do mundo. Portanto, ele é a grande serpente e o arquiinimigo de Rá. Apófis encontrou paz no caos e na escuridão, e por isso ele se tornou o deus do trovão, terremotos, tempestades, escuridão e do submundo. As vezes ele também está ligado ao deus Set, que também está associado à desordem e morte.

Freia

Freia é uma deusa popular na mitologia nórdica conhecida por sua associação com a morte. Mas, apesar de ser uma deusa da morte, Freia é muitas vezes ligada ao amor, fertilidade e sorte no matrimônio. E embora ela seja a deusa do submundo ela era amada por todos, incluindo os Asgardianos, gigantes e elfos.

Hades

De acordo com a mitologia grega, os irmãos do Olimpo Hades, Poseidon e Zeus dividiram os deveres mais importantes do mundo entre si. Como resultado, Hades foi atribuído o governante do submundo.

Enquanto Thanatos se tornou o deus da morte, Hades assumiu o trono do submundo juntamente com Perséfone. E apesar das histórias de seus encontros e do medo de seu nome, Hades era considerado o menos poderoso de todos os irmãos e não tinha uma natureza maligna como muitos acreditavam.

Hécate

Além de ser a deusa da morte de acordo com a mitologia grega, ela também era associada com magia, conhecimento de plantas e ervas venenosas e fantasmas.

A deusa apareceu na geração entre os Titãs e os Olimpianos e, portanto, também é considerada a deusa da necromancia e bruxaria. Por este motivo, a descrição de Hécate a mostra segurando duas tochas, o que é um sinal de proteção. Ademais, ela é a guardiã do portão entre o mundo real e o submundo.

Kali

A deusa da morte, Kali é uma das guerreiras mais temidas de acordo com a cultura hindu. Ela não só tem uma grande história no campo de batalha, mas também tem uma aparência aterrorizante com uma faca ensanguentada na mão.

Portanto, Kali é conhecida por sua ferocidade e a sua aparência sangrenta a faz se destacar. Por outro lado, os mais crentes acreditam que ela é a salvadora de mulheres em perigo.

De acordo com a tradição hindu sua aparência é apenas um lado de sua personalidade. Ou seja, ela tem um lado bom que usa para salvar inocentes do sofrimento e de uma morte horrível, bem como protege o mundo contra os demônios.

Entidades

Rosa Caveira, Maria mulambo do cruzeiro das almas, Maria Padilha do cruzeiro das almas, pombagira menina do cemitério, Tata mulambo, 
Exu sete catacumbas, Exu caveira, Exu morcego entre outros.

Necromancia e ciência

Dentro da psicanálise podemos explorar questões relacionadas à morte, luto e a presença simbólica de figuras ausentes.

Sigmund Freud, por exemplo, discutiu o luto em seu ensaio "Luto e Melancolia", onde analisa como as pessoas lidam com a perda e como as memórias de entes queridos falecidos podem influenciar a vida psíquica dos sobreviventes. O luto pode ser visto como um processo em que a pessoa "mantém viva" a conexão com o falecido, o que poderia ser interpretado de forma análoga ao conceito de necromancia, mas de uma maneira mais psicológica e simbólica.

Na psicanálise, a relação com a morte e o que ela representa para um indivíduo pode ser uma rica área de investigação que envolve aspectos de desejo, angústia e a construção de identidade.

A necromancia, sendo uma prática mística ou oculta de comunicação com os mortos, não tem uma base científica e, portanto, não está associada diretamente a áreas específicas do cérebro em termos de neurociência. No entanto, se considerarmos a prática como uma exploração do luto, memória ou percepção da morte, algumas áreas do cérebro podem ser relevantes em um contexto mais amplo:

Córtex Frontal: Envolvido no pensamento complexo, na tomada de decisões e na regulação das emoções. Pode estar relacionado ao processamento de perdas e à forma como diferentes pessoas lidam com a morte.

Hipocampo: Associado à memória e à navegação espacial. Importante para lembrar de entes queridos falecidos e das experiências que tivemos com eles.

Amígdala: Parte do sistema límbico, que processa emoções, incluindo tristeza, medo e luto. Sua ativação pode estar relacionada às reações emocionais à perda.

Córtex Temporal: Envolvido no processamento auditivo e na compreensão de informações verbais. Pode ser relevante em contextos de comunicação (mesmo que não mística) sobre os mortos.

Cerebelo: Embora normalmente associado ao controle motor, ele também está envolvido na regulação emocional, o que pode afetar como lidamos com o luto e a dor da perda.

Conclusão

O estudo a necromancia pode ajudar a indentificar problemas relacionados tanto ao plano espiritual quanto ao físico podendo assim direcionar pessoas a procura ajudar médica ou espiritual.

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