Introdução à Mediunidade - Sacerdotisa: Luna Marques. Mestra: Akane.

 


O que é mediunidade? Conceitos fundamentais.

Mediunidade é a capacidade de uma pessoa, chamada de médium, de estabelecer uma comunicação com seres espirituais, como espíritos de pessoas falecidas, entidades espirituais ou forças além do plano material. A mediunidade não se limita apenas à comunicação com os mortos, mas pode envolver uma série de experiências relacionadas a outros planos de existência, como o espiritual ou o energético. A palavra “médium” vem do latim medium, que significa "meio" ou "intermediário", denotando o papel do médium como o "canal" através do qual essas energias ou mensagens fluem. Existem diversos tipos de mediunidade, que variam conforme a percepção ou manifestação da experiência espiritual do médium. A mediunidade é considerada uma capacidade natural, que pode se manifestar de formas diferentes em pessoas distintas e ser desenvolvida ou afinada ao longo da vida.

Tipos de mediunidade (sensitiva, auditiva, vidência, psicografia, etc).

A mediunidade pode se manifestar de várias formas, e algumas das mais comuns incluem:

Mediunidade sensitiva: Refere-se à capacidade de sentir a presença de espíritos ou entidades espirituais, sem que haja uma visão ou audição clara. O médium pode sentir mudanças de temperatura, pressões no ambiente ou até mesmo emoções intensas que indicam a presença espiritual.

Mediunidade auditiva: O médium tem a habilidade de ouvir mensagens diretamente dos espíritos, sejam elas em forma de palavras ou sons. Esse tipo de mediunidade é comum em médiuns que atuam como "psicofônicos", ou seja, que recebem e transmitem mensagens audíveis de espíritos.

Vidência: A vidência é a capacidade de ver espíritos, entidades ou outras manifestações espirituais que não são visíveis aos olhos comuns. O médium vidente pode perceber essas presenças de forma clara e distinta, seja em imagens nítidas ou como flashes rápidos.

Psicografia: A psicografia é a capacidade de escrever mensagens ditadas por espíritos. Esse tipo de mediunidade é frequentemente associado ao trabalho de médiuns que atuam em sessões de escrita automática, produzindo textos, cartas ou até livros inteiros em nome de espíritos desencarnados.

Mediunidade de cura: Algumas pessoas possuem a capacidade de canalizar energias espirituais para promover a cura em outras, seja por meio de imposição de mãos ou outras práticas. Esse tipo de mediunidade está relacionado com a capacidade de transferir energia vital ou espiritual para curar doenças físicas ou emocionais.

Mediunidade de materialização: Em alguns casos, os médiuns podem ser capazes de permitir que os espíritos se manifestem fisicamente no mundo material, gerando fenômenos como a materialização de objetos ou até de formas espirituais.

História da mediunidade nas culturas antigas e contemporâneas.

A mediunidade, ou a prática de comunicação com o além, não é algo novo, e tem sido registrado em diversas culturas ao longo da história. Na Antiguidade, sacerdotes, xamãs e oráculos eram tidos como intermediários entre os deuses e os humanos. Os egípcios, por exemplo, praticavam rituais em que os sacerdotes se comunicavam com os espíritos de seus ancestrais para buscar sabedoria ou orientação divina. Na Grécia Antiga, os oráculos, como o de Delfos, eram usados para prever o futuro e dar conselhos dos deuses, com as sacerdotisas (pitonisas) sendo os canais para essas mensagens.

Na Idade Média, a mediunidade foi frequentemente associada à bruxaria, sendo os praticantes perseguidos pela Igreja Católica, que via esses fenômenos como heréticos ou demoníacos. No entanto, algumas figuras religiosas, como os místicos e santos, também foram descritos como possuidores de dons mediúnicos.

Com o advento do Espiritismo no século XIX, com Allan Kardec, a mediunidade foi sistematizada e ganharia uma nova visibilidade no mundo ocidental. O Espiritismo propôs que todos poderiam desenvolver a mediunidade, e que a comunicação com os mortos poderia ser realizada de maneira ética e estruturada.

Hoje, em tempos contemporâneos, a mediunidade é vista de forma mais aberta e tem sido explorada por várias tradições espirituais e religiosas, desde o Espiritismo até práticas xamânicas, passando por diversas formas de psicologia energética e até terapias alternativas.

Diferença entre intuição, sensibilidade e mediunidade ativa.

É importante entender que, embora a intuição, a sensibilidade e a mediunidade ativa possam se manifestar de maneiras semelhantes, elas não são exatamente a mesma coisa:

Intuição: A intuição é a capacidade de perceber algo sem recorrer ao raciocínio lógico, muitas vezes descrita como "um pressentimento" ou "uma sensação" que surge de maneira espontânea. A intuição está mais relacionada à percepção interior de um estado de consciência elevado ou de informações adquiridas através de um processo inconsciente. Não envolve necessariamente a comunicação com entidades espirituais, mas sim uma conexão com a sabedoria interior ou com o inconsciente coletivo.

Sensibilidade: A sensibilidade é a capacidade de captar as energias ou emoções de outras pessoas e ambientes, sem a intervenção consciente do médium. Enquanto a intuição pode ser uma percepção interna, a sensibilidade é mais voltada para a percepção externa. Sensíveis podem captar "vibrações" de pessoas ou lugares e perceber emoções e estados energéticos que não são evidentes para os outros.

Mediunidade ativa: A mediunidade ativa é um estado mais intenso e direcionado de comunicação com espíritos ou entidades, onde o médium assume o papel de intermediário para transmitir ou receber mensagens diretamente de seres não físicos. Ao contrário da intuição ou sensibilidade, que são mais sutis e não necessariamente ligadas à comunicação com espíritos, a mediunidade ativa envolve um canal específico de contato com o mundo espiritual, podendo se manifestar de forma clara e objetiva, como na psicografia ou psicofonia. A mediunidade ativa é normalmente mais evidente e envolve práticas espirituais ou ritualísticas.

Aqui está uma lista com os diferentes tipos de vidência, ou formas de percepção espiritual visual:

1. Vidência direta: Capacidade de ver claramente espíritos, entidades ou manifestações espirituais de forma nítida e objetiva, como se estivessem fisicamente presentes.

2. Vidência indireta: O médium não vê diretamente os espíritos ou entidades, mas percebe suas manifestações de forma simbólica ou através de imagens mentais e projeções.

3. Clarividência: Visão de eventos distantes no tempo ou no espaço, como imagens de lugares distantes ou acontecimentos futuros. Muitas vezes, a clarividência é associada à capacidade de visualizar aspectos espirituais ou energéticos do ambiente.

4. Visões simbólicas: O médium vê imagens que representam mensagens espirituais, símbolos ou arquétipos, e a interpretação dessas imagens é necessária para entender o que está sendo comunicado.

5. Visões de energias: O médium vê campos energéticos ou auras de seres humanos, animais ou objetos, podendo perceber variações nas cores e formas das energias.

6. Visões de mortos: O médium pode ver espíritos de pessoas falecidas, que podem aparecer de forma clara ou em formas mais sutis, como sombras ou silhuetas.

7. Visões projetadas: São visões que aparecem diante dos olhos do médium, mas não têm uma correspondência direta com a realidade física; são frequentemente experimentadas durante estados meditativos ou de transe.

8. Visões durante o sono: Alguns médiuns recebem visões espirituais ou premonitórias enquanto dormem, podendo se lembrar dessas imagens ao acordar.

9. Visões de lugares e acontecimentos: O médium pode ver eventos passados ou futuros, ou até mesmo lugares que nunca visitou, revelando informações relevantes para a situação em questão.

Alguns tipos de mediunidade:



  Mediunidade de cura: Capacidade de canalizar energias espirituais para promover a cura física,     emocional ou espiritual em outras pessoas.

Mediunidade de transporte: Fenômeno raro onde objetos ou materiais são deslocados de um lugar para outro sem contato físico, frequentemente atribuídos a influências espirituais.

Mediunidade sonambúlica: Estado de transe profundo no qual o médium é capaz de realizar ações físicas, como caminhar ou falar, sem ter consciência do que está fazendo.

Mediunidade de xenoglossia: Capacidade de falar ou escrever em um idioma que o médium não conhece conscientemente, geralmente como uma forma de comunicação de espíritos.

Mediunidade de retrocognição: Habilidade de reviver ou acessar memórias de vidas passadas ou eventos históricos, geralmente em estado de transe ou meditação.

Mediunidade de precognição: Capacidade de perceber ou prever eventos futuros antes que eles aconteçam, sendo uma forma de percepção espiritual do tempo.

Mediunidade de transfiguração: Fenômeno onde a aparência física do médium muda, assumindo características de um espírito ou entidade que está se manifestando.

Psicografia: Capacidade de escrever mensagens ou textos ditados por espíritos, geralmente de forma automática e sem controle consciente do médium.

Psicofonia: Capacidade de falar em nome de espíritos, muitas vezes durante um estado de transe, transmitindo suas palavras diretamente.

Capacidade de ver espíritos, inclusive os que não são conhecidos: Habilidade de visualizar espíritos, sejam eles familiares ou desconhecidos, muitas vezes com detalhes físicos ou energéticos.

Clarividência: Forma mais conhecida de vidência, onde o médium vê claramente espíritos, eventos ou lugares, além do alcance da visão comum.

Clariaudiência: Capacidade de ouvir sons ou vozes que não são audíveis para as pessoas comuns, geralmente vindas de espíritos ou entidades.

Clarissenciência: Habilidade de perceber as energias ou emoções de outras pessoas e espíritos através de sensações, como calafrios ou calor, sem o uso dos sentidos físicos.

Clarigustação: Capacidade de perceber sabores ou gostos espirituais, muitas vezes associados a uma comunicação espiritual ou à presença de uma entidade.

Mediunidade olfativa: Capacidade de perceber odores ou fragrâncias espirituais, frequentemente associadas à presença de um espírito ou entidade.

Mediunidade de efeitos físicos: Fenômeno onde a presença de espíritos causa alterações no ambiente físico, como movimentos de objetos, alterações de temperatura ou sons inexplicáveis.

Mediunidade curativa: Habilidade de transmitir energia para promover cura em outros, similar à mediunidade de cura, mas focada em processos específicos de saúde.

Mediunidade vidente: Capacidade de ver e perceber fenômenos espirituais, como espíritos e energias, de forma clara e direta.

Mediunidade auditiva: Capacidade de ouvir mensagens ou sons provenientes de espíritos ou entidades, como vozes ou música.

Mediunidade sensitiva: Capacidade de sentir a presença de espíritos ou entidades, por meio de sensações físicas ou emocionais, sem necessariamente ver ou ouvir diretamente.


O desenvolvimento da mediunidade é um processo que envolve autoconhecimento, disciplina, prática e preparo espiritual. Abaixo estão algumas etapas e práticas recomendadas para desenvolver a mediunidade de forma equilibrada e segura:

Autoconhecimento e Preparação Espiritual

Antes de começar a desenvolver qualquer forma de mediunidade, é fundamental conhecer a si mesmo e estar preparado espiritualmente para lidar com as energias e manifestações que surgirão. Esse autoconhecimento pode ser alcançado através de:

Meditação diária: A meditação ajuda a acalmar a mente, aumentar a concentração e desenvolver a percepção espiritual.

Reflexão interior: Busque entender suas emoções, medos e desejos, para não ser influenciado por eles ao lidar com o mundo espiritual.

Estudo espiritual: Leia livros e estude sobre espiritismo, filosofia espiritual ou outras abordagens espirituais para entender os princípios da mediunidade.

Equilíbrio e Controle Emocional

A mediunidade exige estabilidade emocional para que o médium consiga se proteger de influências indesejadas. Desenvolver equilíbrio emocional envolve:

Práticas de autocontrole: Aprenda a controlar impulsos e a manter a serenidade diante de situações difíceis.

Autocuidado: Cuide de sua saúde física e mental, pois a mediunidade pode ser mais sensível quando o corpo e a mente estão desgastados ou desequilibrados.

Abertura para as Energias Espirituais

Para desenvolver a mediunidade, é necessário estar disposto a se abrir para as energias espirituais de maneira controlada e respeitosa. Algumas práticas para isso são:

Oração e prece: Realize orações diárias para fortalecer sua conexão com o mundo espiritual, pedindo proteção e discernimento.

Intenção clara: Mantenha a intenção de trabalhar para o bem, buscando sempre ajudar aos outros e elevar seu próprio espírito.

Práticas de Desenvolvimento da Percepção Espiritual

Para desenvolver diferentes tipos de mediunidade, é importante praticar técnicas que ajudem a aguçar a percepção espiritual:

Exercícios de percepção energética: Com o tempo, procure perceber as energias ao seu redor, como o campo energético das pessoas e ambientes. Isso pode ser feito com práticas de sensibilidade energética.

Trabalho com a intuição: Concentre-se em seguir seus sentimentos e intuições durante o dia a dia, ajudando a refinar a capacidade de captar informações espirituais.

Aulas e Grupos de Desenvolvimento

Participar de grupos de desenvolvimento mediúnico pode ser muito útil, especialmente com a orientação de médiuns experientes. Muitas religiões ou escolas espirituais oferecem cursos e grupos de estudos voltados para o desenvolvimento mediúnico. As vantagens incluem:

Orientação de um mentor ou guia espiritual: Ter um mentor que ajude a interpretar as experiências e a orientar práticas específicas para sua mediunidade.

Prática em grupo: Trabalhar em grupo pode proporcionar um ambiente mais seguro e equilibrado para testar e aprimorar suas habilidades mediúnicas.


Disciplina e Persistência

O desenvolvimento da mediunidade não acontece da noite para o dia. É um processo contínuo e disciplinado. Algumas dicas:

Prática constante: Dedique-se a práticas diárias de meditação, oração e exercício de percepção energética.

Paciência e humildade: O caminho do desenvolvimento mediúnico requer paciência e humildade. Respeite o tempo e o ritmo natural de cada pessoa.

Estudo contínuo: Mantenha-se sempre estudando e se aprimorando, para aumentar o entendimento sobre os fenômenos mediúnicos e como interagir com o mundo espiritual.

Proteção Espiritual

Durante o desenvolvimento da mediunidade, é fundamental praticar técnicas de proteção espiritual para evitar influências indesejadas e proteger a energia pessoal. Algumas formas de proteção incluem:

Banhos de purificação: Usar ervas ou elementos naturais (como sal grosso, ervas, óleos essenciais) para purificar e equilibrar a energia do corpo.

Formação de barreiras espirituais: Praticar o uso de barreiras energéticas (como o kekkai na magia japonesa) para se proteger contra influências espirituais negativas.

Invocações de proteção: Invocar guias espirituais ou deidades de proteção, como anjos ou orixás, para garantir segurança durante as práticas mediúnicas.

Discernimento

Desenvolver a capacidade de discernir as mensagens e energias espirituais que chegam é um dos aspectos mais importantes da mediunidade. Isso pode ser feito:

Observando o caráter das mensagens: Avaliar se as mensagens recebidas são construtivas, positivas e alinhadas com princípios espirituais elevados.

Verificando a origem das comunicações: Aprender a distinguir entre entidades benevolentes e aquelas que podem ter intenções negativas ou confusas.

Desenvolvimento de Disciplina Mental

O controle mental é essencial para que a mediunidade se desenvolva de maneira saudável. O médium deve aprender a controlar os pensamentos, a não se deixar influenciar por medos ou pensamentos negativos, e a manter sua mente aberta, mas focada e centrada.

Comentários

  1. Muito bom, o complicado é manter o equilíbrio, até sacerdotes não conseguem, qualquer desequilíbrio para um médium é como fica de cara a cara com um precipício, quando se deixa levar é como pula do precipício, é difícil.

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